Global Investor #56: Calma! Estamos em um bear market!

15 de junho de 2022
Agora é oficial! Estamos em um bear market. Mas, nesta nova edição, Marink Martins chama a atenção para as condições necessárias para o fim de um mercado baixista. Por isso, proceda com muita calma. Em um mercado baixista, aquele que tem renda disponível para comprar ações não precisa ter pressa!

Bem-vindo(a) a mais uma edição da newsletter Global Investor! 

Você está achando as ações baratas demais? Vá com calma e entenda as condições para o fim de um mercado baixista!

Sim! Estamos em um mercado baixista, estamos no tão temeroso bear market, já que foi possível ver o preço das ações caindo significativamente nas últimas semanas. 

Não faz muito tempo desde que o S&P chegou próximo dos 4.200 pontos, em questão de dias, o índice de inflação chegou elevado nos Estados Unidos, afetando negativamente a confiança do consumidor e a dos investidores. O S&P caiu e muito,  chegando a 3.720 pontos, algo assustador.

O preço da ação da Apple, tema da nossa última edição, também caiu e chegou a 130 dólares. Porém,  no período pré-pandemia e o que chama a atenção nesse comparativo, é que esse ativo negociava próximo aos 80 dólares, ou seja, há um espaço que pode ser corrigido. 

Mas, quais são as condições para o fim deste bear market

É importante entender que o contexto refere-se a um mercado baixista em nível  global, pois a Bolsa não só caiu no Brasil, mas também nos Estados Unidos, na Europa e nos países asiáticos. Há determinadas condições para o fim do mercado baixista e três delas são extremamente relevantes:

A primeira está relacionada ao preço do petróleo porque quando o preço desse ativo está em ascensão, o que se vê é uma maior transferência de riquezas dos países consumidores para países produtores de petróleo e gás natural, que acabam se dando muito bem em fases como a que estamos vivendo agora, mas gerando um problema de liquidez global

O preço do petróleo é extremamente importante, o consumo global é de aproximadamente 100 milhões de barris por dia e ao realizar o cálculo, multiplicando pelo valor do barril de petróleo, há uma dimensão dessa transferência de riqueza de um lado para o outro no mundo. 

A segunda questão, e talvez a mais importante: a postura do Banco Central dos Estados Unidos. O Fed está para tomar uma decisão hoje, quarta-feira, 15 de junho. Mas, o que o Banco Central norte-americano está buscando fazer?

Ele está não somente elevando o custo do dinheiro, trazendo o custo do dinheiro para um patamar mais neutro em relação à inflação vigente, mas também vem reduzindo o total de ativos no seu balanço.
 
Se durante a pandemia, o Fed expandiu esse total de ativos gerando liquidez no mercado, agora, ele está fazendo o movimento oposto retirando liquidez. Se antes tínhamos um afrouxamento monetário, agora temos um aperto monetário. 

Hoje, o petróleo está em ascensão, o Fed está retirando liquidez do mercado e, muito conectado a esses dois tópicos, o preço relativo do dólar também está em evidência.

O dólar está muito forte em relação ao iene, ao euro e outras moedas. Países como o Brasil, por exemplo, embora todas as circunstâncias, vem se comportando bem em termos cambiais e o mesmo vem ocorrendo com a Rússia. 

Lembra do “Gambito Russo”? Trata-se do patamar onde o dólar vale 80 rublos, caso a moeda russa se valorizasse em relação ao dólar, poderia ser um sinal de uma vitória para Vladimir Putin. Todas essas questões estão em curso.

Há três condições globais que apontam para a continuidade de um bear market! É verdade que há momentos em que o mercado, buscando antecipar esses movimentos, sai vendendo ativos de forma que a precificação — o valuation desses ativos — simplesmente fique em um patamar extremamente interessante. 

Para o momento, há sinais de que essas condições estão começando a ocorrer, pois existem alguns ativos a preços interessantes no Brasil e nos Estados Unidos .

Porém, assim como em um bull market — mercado altista que normalmente tende a um exagero — , o mesmo tende a ocorrer em um bear market. Contudo, vá com calma e tenha paciência! Afinal, se você, hoje tem disponibilidade de renda para comprar ações, você está em uma situação muito mais confortável. 

Saiba que têm muitas pessoas compradas em ações e outras pessoas afoitas querendo se desfazer das ações a qualquer preço. 

A pressão está naquele que está comprado e você que tem disponibilidade de venda, ao comprar ações deve tirar proveito fazendo isso com calma e de forma estratégica. 
 

Espero você na próxima edição!

Um grande abraço, 
Marink Martins

Conheça o responsável por esta edição:

Marink Martins

Especialista em Opções e Mercados Globais

Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principais estratégias de investimento em Wall Street.

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