Caro(a) leitor(a),
Em alguns textos que escrevi no ano passado, recomendei a venda de ouro a descoberto no mercado futuro de Nova York.
Meus fundamentos eram simples: com o início de um novo ciclo de aumento de taxas de juros, o metal perdia seu principal atrativo, a defesa contra juros negativos.
Como ouro não paga dividendos nem bonificações, e ainda gera despesas de custódia, a única maneira de ganhar dinheiro com essa commodity é com sua valorização.
Durante o longo período de taxas de juros absolutos zero, e reais negativos, praticado pelo FED e bancos centrais de outros países do primeiro mundo, o ouro spot subiu de US$ 260,00 a onça (abril de 2001) até US$ 2.082,00 (agosto de 2020).
Hoje ele está cotado a US$ 1.964,00, se aproximando dos highs.
Se romper a máxima história, e fechar acima dela, deverá haver uma forte onda de compra.
Sendo o ouro um mercado pequeno, se comparado ao de moedas e de obrigações, qualquer fluxo maior de compradores fará o mercado disparar.
E por que haveria esse interesse súbito pela relíquia bárbara?
Com diversas ameaças de sanções comerciais contra a Rússia (por causa da crise ucraniana) e China (por motivos os mais diversos) a globalização, que trouxe a inflação mundial para níveis irrisórios, começa a fazer água.
Pode ser que essa inflação fique à frente das taxas de juros, mesmo que elas continuem subindo.
Isso soa como música para os investidores em ouro, commodity milenar que mais uma vez volta aos holofotes.
Um abraço,
Ivan Sant’Anna
Nota do Editor: além de assinar alguns de nossos relatórios especiais, Ivan Sant'Anna também escreve todas as segundas, terças e quintas-feiras para a coluna Warm Up PRO, que você pode conhecer clicando aqui!