Caro(a) leitor(a),
Antes de mais nada, o “urso” do título acima não se refere ao apelido que se dá aos especuladores que apostam na baixa. Neste caso, trata-se, é claro, de Vladimir Putin, o czar do século 21.
Se os atuais acontecimentos no Leste Europeu estivessem acontecendo na primeira metade da década de 1910, certamente degenerariam em guerra.
No dia 24 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, e sua esposa, Sofia, foram assassinados por um fanático nacionalista sérvio, o estudante Gavrilo Princip.
O atentado foi o estopim da Grande Guerra, mais tarde conhecida como Primeira Guerra Mundial, com o advento de outra maior.
A Segunda Guerra foi precedida de diversos eventos, todos promovidos por Adolf Hitler, a começar com o Anschluss (fusão da Alemanha com a Áustria), a invasão dos Sudetos (região da Tchecoslováquia com população de maioria alemã), seguida da ocupação de todo o país e, finalmente, com o ataque nazista a Polônia (1º de setembro de 1939).
Como uma guerra total, tal como as duas acima, hoje em dia é impossível, por causa do arsenal nuclear das grandes potências, o impasse ucraniano terá de ser resolvido por discussões diplomáticas que, provavelmente, serão precedidas de sanções econômicas.
Duas coisas são certas:
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A Rússia precisa ter acesso à sua frota no mar Negro, no porto de Sebastopol, na Crimeia. Para isso tem de atravessar a Ucrânia, sua única passagem para o Mediterrâneo e o canal de Suez;
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Vladimir Putin não admitirá que a Ucrânia se torne integrante da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o que significaria ter a aliança militar ocidental colada em sua fronteira.
O que me parece é que haverá uma guerra de embargos os mais diversos. Não poderemos nos esquecer que os russos são grandes produtores de petróleo e de gás natural.
Embargos de lá, sanções econômicas de cá, tudo isso resulta em inflação mundial.
Nesta altura dos acontecimentos, os consumidores de matérias-primas já devem estar fazendo estoques além do normal, provocando diversos squeezes.
É quase impossível saber como se desenrolarão os acontecimentos nos próximos dias.
Uma coisa me parece certa: é hora de comprar ações de empresas brasileiras produtoras e exportadoras de commodities. Elas estarão entre as grandes beneficiárias dos acontecimentos em curso.
Um forte abraço,
Ivan Sant’Anna
Nota do editor: Além de suas colaborações em nossos Relatórios Especiais, o mestre Ivan Sant'Anna também escreve 3 vezes por semana a coluna Warm Up PRO, com exclusividade para seus assinantes. Para fazer parte desse seleto grupo, clique aqui!