Caro(a) leitor(a),
Antes de mais nada, é preciso saber se vai haver guerra ou se a crise atual entre a OTAN e a Rússia, tendo como tema central a Ucrânia, vai permanecer um conflito de ameaças verbais.
No momento, acho que quem está levando vantagem são os chefes de governo envolvidos, principalmente Vladimir Putin, que andou cedendo protagonismo para Joe Biden e Xi Jinping, que presidem as duas maiores economias do planeta.
O mais provável, mas não certo, é que a crise se estenda por um bom tempo sem que nenhum dos lados tome uma iniciativa militar. Refiro-me a uma invasão da Ucrânia por parte da Rússia ou um grande deslocamento de tropas da OTAN para a fronteira da Polônia com a Ucrânia.
Há crises quase insolúveis que duram anos e até mesmo décadas. É o caso das Coreias do Norte e do Sul, que decretaram um cessar-fogo em 1953 mas se mantêm em estado de guerra até hoje.
A China também não reconhece Taiwan como país independente e sim uma província rebelde. Isso desde o final dos anos 1940, após o fim da guerra civil vencida pelas tropas comunistas de Mao Tsé-Tung. Não reconhece mas também não ataca a ilha.
Joe Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz (chanceler da Alemanha), Volodymyr Zelensky (presidente ucraniano) também saíram do proscênio para o centro do palco dos acontecimentos. Conseguiram se livrar, ao menos em parte, da impopularidade advinda da inflação mundial e da renitência da Covid-19.
Quem está pagando o pato são, além do povo ucraniano, que obviamente teme uma guerra em seu território, os consumidores de combustível em todo o mundo.
A maioria dos países importadores de hidrocarbonetos está acumulando estoques e isso força os preços para cima.
Como detalhe final, gostaria de acrescentar duas coisas importantes que podem desencadear uma guerra de verdade:
− Nem toda a população ucraniana é anti Rússia. Existem diversos grupos rebeldes pró-Moscou. Eles podem praticar algum ato hostil contra seu próprio governo.
− Guerras podem se iniciar com um incidente. Quem é que não se lembra do jato de passageiros da Malaysia Airlines que, no dia 17 de julho de 2014, foi derrubado, por engano, por esses rebeldes?
Se isso tivesse acontecido agora, com certeza a OTAN adotaria uma postura bélica e muito mais gente teria a perder.
Um abraço,
Ivan Sant’Anna
Nota do Editor: Além de assinaralguns de nossos relatórios especiais, Ivan Sant'Anna também escreve todas as segundas, terças e quintas-feiras a coluna Warm Up PRO, que você pode conhecer clicando aqui!