Caro(a) leitor(a),
Antigamente, alguns grandes empresários compravam influência adquirindo jornais. Assim, podiam beneficiar seus negócios disfarçadamente, o que não acontece nas matérias publicitárias pagas.
Políticos também usavam desse estratagema, sob outras formas.
Getúlio Vargas, por exemplo, em seu último mandato presidencial, financiou, através do Banco do Brasil, o jornal Última Hora, de Samuel Wainer, que o defendia dos ataques do jornalista Carlos Lacerda, da Tribuna da Imprensa.
Voltando às compras de órgãos da imprensa, nem sempre elas eram feitas diretamente, mas muitas vezes através de laranjas.
Artigo comprado, ou “passado nos cobres”, como escreve Fernando Morais em Chatô, o Rei do Brasil.
Com o advento da internet e, depois, das redes sociais, estas se tornaram o meio mais eficiente de se influenciar a opinião pública.
Provavelmente pensando nisso, o megaempresário Elon Musk, da Tesla, homem mais rico do mundo, acaba de comprar 2,9 bilhões de dólares em ações do Twitter, o que o torna o maior acionista individual da rede.
Com certeza, Musk acredita que essa é a melhor maneira de defender seus interesses.
Por sinal, ele declarou que está entusiasmado em trabalhar com o conselho diretor do Twitter.
Se refletirmos bem, e nos recolhermos à nossa insignificância, 4 bilhões Elon Musk gasta para fazer um passeio espacial.
Nada mais normal do que investir menos do que isso na promoção do seu império.
Ivan Sant’Anna
Nota do editor: um dos operadores mais experientes do mercado financeiro, Ivan Sant’Anna foi trader por 37 anos. Trabalhou como corretor nas Bolsas do Rio, Nova York e Chicago. Desde meados da década de 1990, dedica-se também à literatura, sendo autor de obras como Rapina, Caixa Preta e Os Mercadores da Noite. Na Inv — casa de análise financeira independente —, publica artigos e Relatórios Especiais, além de assinar a série Warm Up PRO. Nela, você tem acesso a histórias de bastidores do mercado e sugestões de investimentos. Para conhecer, clique aqui.