Olá.
Antes de começar a acompanhar de perto o mundo das criptomoedas aqui na Inversa, eu não entendia a fascinação das pessoas pelo Bitcoin. Por que um ativo digital criado do nada por uma figura misteriosa chamada Satoshi Nakamoto (que pode existir ou não) chamava tanta atenção? O mundo havia enlouquecido?
Após muito acompanhar o mercado e pensar sobre isso, a resposta, para mim, é que as criptomoedas representam o surgimento de uma nova fé. Uma nova possibilidade de revolucionar o velho sistema financeiro de bancos, bolsas e corretoras, muitas vezes enviesado pelos seus próprios interesses.
Explico a minha teoria: estive, no ano passado, no museu do Louvre (Paris) e, em vez de me focar em visitar a Mona Lisa (como milhares de turistas empolgados), fui observar as coleções dos primeiros impérios da humanidade. Aos pés de figuras gigantescas de pedra da Babilônia, meio humanas e meio animais, fiquei emocionado com o esforço de nossos ancestrais em erguer monumentos às suas próprias crenças.
Como esses seres mágicos babilônicos, as moedas digitais também são marcadas pelo seu hibridismo: elas são meio moeda, meio forma de pagamento e meio commodity (para alguns). Estamos criando a nossa própria mitologia financeira, uma moldada para a era digital do século 21.
E muitos fiéis foram conquistados para o rebanho, principalmente no ano passado, com a grande valorização dos ativos digitais. Tudo graças à relação demanda/oferta, a lei sagrada do mercado.
Apesar das divagações, volto ao ponto central: a fé. Você acredita em Bitcoin? Ou melhor, você acredita no dólar? Eu faço esse questionamento sobre a moeda mais poderosa do mundo por causa de uma pergunta muito comum entre os nossos leitores: as moedas digitais têm lastro?
A resposta é não, mas, talvez para a sua surpresa, o dólar também não tem. Nem o real ou euro, ou qualquer outra moeda. E pensar que, todo esse tempo, você estava gastando apenas papel colorido...
E o próprio papel está com os dias contados: 2017 pode ter sido o ano em que as transações por meio de cartões superaram o valor das transações usando cédulas e moedas no mundo, de acordo com previsão da consultoria Euromonitor.
Com o mundo real cada vez mais migrando para o digital, o que sustenta tudo é a confiança. No caso da moeda de um país, isso quer dizer do seu povo e das suas organizações. Mas, como bem sabem os nossos vizinhos argentinos, a crença na moeda pode ser facilmente perdida quando os governos falham – eu estive no ano passado na Argentina e, ainda hoje, eles só pensam e fazem suas contas em dólares. Creio que nunca vão se recuperar de seus traumas.
E a fé também se estende a todo o sistema financeiro. E com o nosso dinheiro hoje sendo todo eletrônico, nossa crença está toda depositada nos bancos. Mas o que acontece quando eles falham ou as instituições financeiras se mostram corruptas e imprudentes, como na crise de 2008?
A resposta é que as instituições financeiras são resgatadas pelos governos e a dívida é “socializada” entre os contribuintes. Ou seja, eu e você pagamos o preço.
Mas você poderia perguntar: existe uma alternativa para fugir disso?
É exatamente aqui que entram as criptomoedas e a sua tecnologia, a blockchain. Elas representam uma nova visão descentralizada para as finanças.
Obviamente que devemos duvidar sempre das novidades, mas a nossa incapacidade de prever o futuro nos deixa desconfiados. Você apostaria, por exemplo, em 1980, no IPO da Apple? Hoje a resposta parece óbvia, mas naquele tempo comprar uma ação poderia parecer simplesmente uma idiotice. “Computador? Isso nunca vai dar certo. As máquinas de escrever elétricas são o futuro”, diriam os céticos.
Porém, o que estamos vendo é um grande interesse das próprias instituições financeiras, dos governos e das grandes empresas na tecnologia da blockchain. Eles estão vendo a revolução se aproximando e correm para não ficar de for.
E é por isso que a Inversa tem o orgulho de apresentar aos seus assinantes o curso Blockchain Experience.
O treinamento, organizado pela Helena Margarido, responsável pela série Crypto Evolution, vai desvendar todos os detalhes dessa revolução por meio de videoaulas, videochats (para esclarecer as suas dúvidas) e diversos conteúdos extras.
E ainda haverá um encontro presencial, em que os participantes terão o privilégio de conversar pessoalmente com a Helena sobre o futuro da tecnologia e das criptomoedas.
Se você não bota muita fé no mundo dos investimentos digitais, saiba que até os céticos já se renderam. A Receita Federal com certeza está entre eles, pois já incluiu instruções para a declaração de moedas virtuais no Imposto de Renda.
Aqui cito as regras do Leão, que definitivamente quer a sua parte em reais nos lucros das criptomoedas: “muito embora não sejam consideradas como moeda nos termos do marco regulatório atual, [as criptomoedas] devem ser declaradas na Ficha Bens e Direitos como 'outros bens', uma vez que podem ser equiparadas a um ativo financeiro.”
Escreva para mim contando a sua opinião ou com perguntas sobre investimento no investigador@inversapub.com.
Um abraço,
André Zara