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Nesta última edição do ano, vamos falar sobre quatro pecados capitais associados à atividade de trade, esses que são de característica mais especulativa, com um viés de curto prazo e que estão associados a diversos ativos, sejam as ações, o mercado futuro do IBOVESPA, do S&P ou das opções.
O primeiro grande pecado capital é o uso excessivo da alavancagem, isso é: tomar empréstimos! Esses empréstimos propõem uma forma um tanto diferente das condições dos típicos empréstimos bancários. Para alavancar na Bolsa de Valores, normalmente, utiliza-se o uso de derivativos, sejam esses associados ao mercado futuro do Bovespa, S&P, das opções, ou de operações a termo.
Se você tem um patrimônio específico e acaba investindo em ativos independentes do total, quanto maior for a sua alavancagem e quanto mais tempo você estiver fazendo o uso dela, mais próximo você estará da ruína.
A alavancagem é cruel!
É certo que quando essa técnica dá certo, tudo fica sensacional, mas quando ela dá errado, você está sujeito a diversos problemas.
O segundo grande pecado capital tem a ver com excesso de giro! O famoso comprar e vender continuamente na Bolsa, seja esse “comprar e vender” motivado por notícias, ou realmente por uso de análises técnicas.
Vivemos, hoje, uma economia mais digitalizada e também uma maior robotização do mundo, de forma que, acreditar que você, sentado numa mesa, pode tirar proveito em cima de algoritmos extremamente sofisticados, pode ser uma prepotência. Cuidado com isso! Essa pode ser uma atividade destrutiva!
O terceiro pecado capital corresponde ao problema do descasamento entre ativos e passivos que, muitas vezes, ocorre em conjunto com o pecado capital número um, o uso excessivo da alavancagem, pois quando alavancamos, sempre exalamos excesso de confiança.
Mas, em determinados momentos, o pensamento que vem à tona é algo parecido como: “e se eu puder me proteger por aqui?”. No momento em que estamos comprados num ativo, vendemos outro e esse pensamento sugere uma certa correlação, mas o que você precisa saber é que essa correlação é instável! É aí então que ficamos posicionados sob uma ilusão de uma proteção que, rapidamente, se torna problemática.
Isso pode ocorrer sem nenhuma restrição, entre um ativo e outro sem grandes correlações e também entre pares, ações do mesmo setor.
E, por último e não menos importante, o quarto pecado capital, muito doloroso, vai nos falar sobre a ancoragem!
Se você é trader, é preciso entender que você está atuando num sistema complexo e num mundo descrito por características bem diferentes das associadas a distribuições Gaussianas, as curvas em formatos de sino. Você está num mundo Mandelbrotiano, um mundo que dá saltos de forma repentina.
Dessa forma, se você deseja seguir nesta carreira, provavelmente, verá o seu patrimônio, em alguns momentos, crescer de forma acelerada, uma vez que, convenhamos, é insustentável. Mas, mesmo assim, a melhor opção sempre vai parecer ficar ancorado naquele “melhor” cenário.
Porém, quando o cenário se prova adverso, você vive uma infelicidade eterna e esse processo se repete, de forma que, quando você acordar, 10 anos terão se passado e você nunca esteve satisfeito.
Questione-se! Isso faz realmente sentido para você?
E aqui, mais um adendo: em relação à ancoragem, esse pecado capital exige uma atitude mais Nietzschiana, a de superação! Você deve olhar e não enxergar como falhas da atividade de trade, mas, sim, como uma falha do ser humano, do emocional.
A atividade de trade é muito interessante, mas aqui vai um conselho: não fique ancorado o tempo todo e não viva sob uma eterna insatisfação.
Esse processo de superação é um processo contínuo, o qual temos que trabalhar o tempo todo!
Aguardo você na próxima edição!
Um grande abraço,
Marink Martins
