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Hoje gostaria de falar por que, pelo que observo do momento atual da bolsa, enxergo um pessimismo um tanto exagerado, e portanto, uma grande oportunidade para se investir em mercados emergentes - para se investir em Brasil.
Nos Estados Unidos, o FED acaba de aumentar os juros em 0,50 pontos, menos que na última reunião, delineando uma desaceleração na alta dos juros, cuja curva futura agora se inclina negativamente, um sinal de que o ciclo de aperto monetário por lá está chegando ao fim, situação em que o dólar tende a perder força, com os mercados emergentes voltando a ficar mais atraentes.
Por aqui, quando olhamos o gráfico histórico do EWZ (ETF que se aproxima de um IBOV dolarizado), observamos que este ronda próximo a um patamar registrado em 2005 e revisitado no auge da crise de 2016 e na pandemia no início de 2020. A impressão que dá é que o Brasil foi simplesmente esquecido.
Em 2016 vivíamos o estouro de uma bolha chinesa que derrubou os preços das nossas commodities. Além disso, vivíamos uma tremenda crise hídrica no país que resultou em um expressivo aumento do preço do Megawatt-hora. A Petrobras estava extremamente endividada e investindo demais no Pré-Sal. A CSN e a Usiminas estavam à beira de um calote e foram forçadas a alongar suas dívidas e a vender ativos. A Vale se endividou para investir no projeto S11D, e o acidente ocorrido em Mariana foi uma tremenda tragédia em todos os sentidos.
Todavia, sabemos que os mercados não querem saber da imagem atual, mas sim uma imagem futura. E este futuro que se apresenta com Haddad na Fazenda e Mercadante no BNDES é definitivamente assustador. Mas, será que é isso mesmo, ou será que boa parte dessa queda é fruto de "forças de mercado" associadas aos vencimentos de contratos derivativos (contrato futuro do IBOV hoje e contratos de opções na sexta-feira)?
Confesso que atribuo uma elevada probabilidade de que este movimento, ao menos em parte, seja técnico associado a estes dois eventos mencionados, o que certamente vale acompanhar com maior atenção.
Acredito que não vai demorar muito para o mercado conceder o benefício da dúvida a este novo governo, mesmo que seja por um curto espaço de tempo. Observe que, logo após a eleição de Dilma Rousseff em 2014, o IBOV foi registrar uma mínima um dia antes do vencimento do contrato futuro de dezembro/2014 (47.007,51 pontos). Após isso, o mercado se estabilizou e foi se recuperando a cada mês, até registrar uma máxima no ciclo de 58.051 pontos em 5 de maio de 2015.
Datas de vencimento de contratos muitas vezes representam pontos de virada nos mercados, por isso eu estou um pouco mais otimista nesse momento. Espero que nos próximos dias possamos ter uma recuperação com base nesses argumentos que apresentei aqui, e que este ciclo de notícias negativas esteja terminando.
Aguardo você na próxima edição!
Um grande abraço,
Marink Martins