Global Investor #71: Reta final das eleições, início da compressão da VOL

28 de setembro de 2022
Nesta nova edição, Marink Martins aponta algumas diferenças entre a dinâmica presente nos mercados neste ano e aquela presente na eleição de 2014. E traz uma importante mensagem: prepare-se para a possibilidade de que, na segunda-feira, pós-eleição e primeiro turno, haja uma tremenda compressão de VOL!

Bem-vindo(a) a mais uma edição da newsletter Global Investor! 

Analisando a volatilidade implícita associada aos contratos de opções da Petrobras e acompanhando os mercados, sabemos que um contrato de opção é aquele que dá o direito de comprar uma ação a um determinado preço, por uma determinada data. Essa é a padronização de contratos exigida pela B3. Hoje, as ações preferenciais de Petrobras (PETR4) podem ser adquiridas entre os valores de R$20,00 a R$30,00.

No exterior e em diferentes bolsas de valores, há diversos modelos de contrato de opções. Aqui no Brasil, a grande liquidez desse mercado se concentra nos contratos associados à Petrobras, temos também para o BOVA11, para a companhia Vale S.A, e diversas outras. Mas, em época de eleição presidencial, são os contratos associados à PETR4 que brilham! 

E, dessa vez, vemos essa volatilidade saltando para 55%, até 57%... Logo, você deve estar se perguntando, esse é um patamar alto ou baixo?

Requisitando uma perspectiva histórica, em 2014, vivemos uma eleição de característica mais polarizada se comparada com a qual estamos vivendo hoje, no entanto, no que diz respeito aos mercados de opções, naquela época, durante a semana que antecedia a eleição presidencial e o primeiro turno, o mercado era bem diferente, pois naquele ano essa volatilidade implícita (uma expectativa de oscilação) atingia os 100%.

O volume negociado era gigante e o número de contratos em abertos era incomparável com os atuais abertos agora em 2022. O número de titulares e lançadores desses contratos também se mostrava muito maior do que o atual. 

Agora, vivemos um momento em que há muitos investidores pensando que o “vol irá explodir”, bem, é fato que o vol pode, sim, subir, mas, é importante saber que o ‘game’ das opções neste ano está muito tímido em relação ao que foi presente em 2014 ou mesmo em 2018.

É certo que de lá para cá muitas mudanças no mercado aconteceram, presenciamos situações como as chamadas de margens associadas às opções — conhecidas como chamadas de garantia exigidas como colateral para as opções pela B3 —, hoje, elas estão mais elevadas! Há uma certa incerteza para nesse aspecto.

Atualmente, existem outros importantes fatores que podemos associar, se você desejar fazer uma trava de baixa, por exemplo, também exigirá mais margens do que no passado. Além disso, soma-se às incertezas que não estejam sendo despertadas nos investidores e uma segurança para as possibilidades das grandes sacadas. 

Em 2014, contudo, havia um ímpeto maior. Hoje, talvez pela razão que estamos saindo de um período pós-pandêmico (que foi extremamente frustrante para muitos investidores, em particular para aqueles pessoas-físicas), agora estamos em um mercado com um volume bem menor. 

Vivemos um mercado com uma peculiaridade relacionada à volatilidade cambial que estamos presenciando. Essa vol cambial, em parte, vem amortecendo os impactos nas bolsas de valores. Se, hipoteticamente, o nosso câmbio fosse fixo, neste momento, estaríamos vendo uma volatilidade maior nos juros e na bolsa, porém como temos um câmbio flutuante, estamos vendo uma volatilidade menor.     

O vol da Petro, no momento, está por volta de 55 e 56%. Para a semana, é possível que ele suba mais, mas na segunda-feira, logo após o resultado da eleição, como em 2014, deve haver uma tremenda compressão de volatilidade. Será que algo similar, mesmo que em uma menor proporção, poderá acontecer no próximo início de semana?

Se você estiver atento a essas possibilidades e a todos os ruídos que rodearão o evento e realizar as devidas simulações através de suas planilhas e estratégias, certamente você começará a semana com uma vantagem competitiva importante. 
 

Aguardo você na próxima edição!

Um grande abraço,
Marink Martins.
 

Conheça o responsável por esta edição:

Marink Martins

Especialista em Opções e Mercados Globais

Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principais estratégias de investimento em Wall Street.

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