Bem-vindo(a) a mais uma edição da newsletter Global Investor!
Em 2022, faz 10 anos desde que Mario Draghi, na ocasião, presidente do Banco Central europeu disse: “Faremos o que for necessário para salvar o euro”, a famosa frase "whatever it takes".
Mas, após 10 anos, como as coisas evoluíram na Europa desde a ocasião até agora?
Primeiramente, para realizarmos essa comparação, é necessário olhar para as taxas dos títulos de 10 anos da Itália, pois, na época, essa era uma das maiores preocupações na Europa onde a taxa do BTP italiano chegou aos 7% e superou. Foi aí que Mario Draghi propagou o conceito de “whatever it takes” e as coisas se acalmaram.
E agora, neste aniversário de 10 anos, a taxa da Itália está em 3,35%, mas o endividamento italiano, que há dez anos era de 120% do PIB, agora corresponde 150%.
Naquela ocasião, o euro estava próximo a US$ 1,25 e agora está somente em US$ 1,02. No que diz respeito às ações dos bancos, grandes fontes de preocupação da época, agora, estão no mesmo patamar de 2012.
Isso vem levando Charles Gavekal, um dos fundadores da casa de pesquisa Gavekal, a ficar extremamente preocupado com a situação europeia. Charles diz que a Europa pode enfrentar uma forte depressão acompanhada da inflação.
Para Charles, é necessário que o déficit em conta-corrente europeu seja revertido de uma forma radical porque se não for, é possível que o continente enfrente o tipo de ceticismo e depressão enfrentada pela Inglaterra nos anos 70. É possível que o Banco Central Europeu tenha que comprar títulos de curto prazo e assim permanecer em uma certa “dependência”.
Caso o contrário, em um cenário de depressão, é provável que os americanos tenham que ir ao resgate. E então, uma nova questão irá surgir: Os Estados Unidos irão impor uma espécie de consenso de Washington à União Europeia?
Bem, esse poderá ser o legado de Mario Draghi!
Espero você na próxima edição!
Um grande abraço,
Marink Martins.