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Emmanuel Macron foi reeleito neste último domingo para mais um mandato na França e, agora, o presidente tem mais cinco anos de governo e enormes desafios. Com isso, especialistas apontam e destacam algumas áreas específicas:
Hoje, na parte política, a França tem um sistema político muito fragmentado. Durante as eleições francesas, o próprio Macron recebeu somente um terço dos votos, o segundo terço foi destinado à Marine Le Pen, mas, os eleitores do centro votaram em Macron, dando-lhe o segundo mandato.
Contudo, com a atual situação do governo de endividamento, Macron está em um estágio muito preocupante. Conforme mostra o gráfico a seguir, visualizamos uma sequência de governos franceses em que o crescimento do endividamento foi bem maior do que o crescimento do PIB. Acompanhe:
Hoje, Macron não tem a mesma “vantagem” e o mesmo grau de liberdade do passado, dessa forma, passamos para um segundo desafio que é o energético!
As questões energéticas são os maiores desafios do momento, embora a França esteja numa situação um pouco mais confortável do que a Alemanha, por exemplo, por possuir o acesso à energia nuclear. O país exige, por meio do eleitorado de Macron, uma postura mais radical e punitiva no que diz respeito às sanções contra a Rússia, Putin e seu governo.
Com isso, os votantes de Macron exigem que o petróleo e o gás natural russo passem por sanções que impeçam suas importações. Entretanto, a Alemanha, a Hungria e a República Checa questionam essa posição por parte da França devido ao seu grau de vulnerabilidade nesse quesito.
E além dessa tensão, recentemente, a Alemanha decidiu importar jatos F-35 da Lockheed Martin, ao invés de importá-los da empresa francesa Dassault. A Alemanha optou por comprar helicópteros americanos e não comprar aeronaves da francesa Airbus. Tudo isso contribui para uma situação ainda mais tensa!
Mas, o que mais importa, é a decisão europeia no que diz respeito ao combate à atual elevada inflação. Será que os europeus irão combater de forma agressiva? Se fizerem isso, é provável que a Europa enfrente uma certa recessão e, a França sem muito espaço fiscal, talvez terá que vender ativos e encarar enormes desafios.
Um terceiro desafio é uma eventual crise migratória! O evento, que ocorreu no começo da década passada, foi uma inflação de alimentos que provocou um forte movimento para a Europa e, novamente, esse cenário já está ocorrendo e deve se intensificar até 2024.
As questões energéticas e migratórias se mostram como grandes desafios, não somente para Macron, mas também para toda Europa! E, caso o continente opte por deixar a inflação ocorrer, o provável é que vejamos o euro seguir em uma mesma trajetória que o iene japonês: a desvalorização.
Contudo, essa decisão europeia, quanto a impor ou não sanções diretas à Rússia no que diz respeito à importação de gás e petróleo, é uma das decisões mais importantes nas próximas semanas!
Fique atento, pois as ramificações terão impactos diretos em todo o mundo, inclusive nos ativos brasileiros!
Espero que tenha gostado da edição!
Um grande abraço,
Marink Martins.