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Nick Colas iniciou a sua carreira como analista do setor automotivo, chegou no importante grupo SAC Capital para ser um trader e colocar em prática um processo de trading de curto prazo, embora o seu horizonte de tempo na empresa fosse curto. Nick trabalhava de uma forma muito alinhada com a filosofia da gestão da SAC que tratava o trader como um “craft”, ao invés associá-lo a um talento ou uma habilidade.
Colas revelou detalhes e contou que trabalhava em um pequeno espaço com quatro telas que mostravam o seu resultado e o de todos. Uma imensa pressão! Cerca de 10 milhões de dólares foram dados a Nick para que ele pudesse colocar em prática e tirar proveito de oportunidades no mercado! Não é à toa que o apelido de Nick era “hills” — rodas —-, pois a sua posição estava focada nos automóveis, cobrindo marcas como GM, Ford, Chrysler, Toyota e diversas outras.
Nick Colas, afirmou que ganhou bastante dinheiro e aprendeu muito na SAC, montando sempre o seu cronograma com antecedência, antes mesmo de chegar ao trabalho, com todos os eventos corporativos e todos os potenciais catalisadores, estando muito focado em alguns papéis específicos e operando em cima justamente desses acontecimentos.
Quando Colas errava os seus trades, tinha reuniões com um psicólogo de plantão que fez muita diferença em sua carteira, proporcionando um maior equilíbrio emocional.
A história profissional e pessoal de Nick foi a inspiração para a série Billions, e assim como na série, a empresa do protagonista também se envolveu em uma polêmica em uma controvérsia com alguns de seus trades indiciados pelo uso de informação privilegiada, uma prática ilegal!
Hoje, Nick Colas, além de analista também é o fundador da companhia DataTrek, focada em serviços de análises quantitativas onde o analista vai olhar para o índice VIX com uma visão ampla, realizando os seus estudos sobre uma perspectiva de muitos anos e, simultaneamente, comparando como o índice S&P se comportou em determinados momentos, olhando também os índices econômicos e fazendo correlações com o S&P, dentre outras extraordinárias análises.
E agora, Colas nos diz que os carros elétricos vêm ganhando espaço nos mercados, porém ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o processo de substituição dos modelos tradicionais pelos elétricos não será nada rápido.
Atualmente, há uma frota de 255 milhões de carros nos Estados Unidos, praticamente um carro por adulto no país. E além! A cada ano são vendidos 16 milhões de veículos tradicionais.
Hoje, os carros elétricos são responsáveis por somente 5% de todo o setor automotivo, embora exista uma projeção de que eles vão ganhar um grande espaço nesse percentual de vendas. Mas, esse processo de substituição dos carros tradicionais pode levar mais de 15 anos para se concretizar.
Outro tema que Nick Cola compartilha é a preocupação com relação à autonomia das baterias, algo muito mais relevante nos Estados Unidos, do que na China e na Europa. Afinal, o americano dirige por maiores distâncias, em média 38 milhas (61,16 km) por dia, enquanto o chinês dirige 32 milhas (51,5 km) por dia e o europeu 22 milhas (35,41 km) por dia.
Sabemos que nos Estados Unidos, mais especificamente na Califórnia, há muito mais estações para realizar a recarga da bateria, no entanto, para o lado leste esse aspecto é um tanto problemático, como é o caso de Nova York.
Os carros elétricos estão chegando, mas o ritmo é muito mais lento do que outros analistas estão imaginando. Há uma insegurança muito grande daquele que compra um carro elétrico no que diz respeito ao seguro e ao valor de revenda, pois, com o carro tradicional, o comprador tem uma expectativa de valor de revenda que se aproxima da realidade. Já aquele que adquire um veículo elétrico, dado que essa é uma tecnologia renovada a cada ano, não pode prever e não faz a mínima ideia de quanto o seu veículo irá valer nos próximos anos. E essa é uma espécie de “freio” no consumo.
Concluindo esses “insights” e ressaltando a importância de análises como essas, é impossível não comentar a questão do momento: a inflação! Uma das expectativas que Nick Cola compartilha na DataTrek mostra que, historicamente, quando o preço do petróleo dobrou, uma recessão se seguiu em um determinado prazo. Essa é uma estatística interessante que abre a oportunidade para mencionar o atual preço do petróleo.
Hoje, temos o preço dessa commodity caindo e foi possível observar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, atuando para liberar reservas estratégicas para o país no mesmo momento em que vivemos pressões inflacionárias e que a China está fechada!
O país comunista chinês segue com a sua política de “Covid Zero” e realizando lockdowns em algumas determinadas regiões. Pense como será o consumo dos chineses quando eles superarem esse problema da Covid e reabrirem a sua economia... É preciso estar preparado!
Contudo, sabemos que não será o carro elétrico que vai salvar esse processo, por isso, a pressão inflacionária vindo de um aumento no custo da energia é algo que tende a ser persistente e durar por alguns anos!
Espero que tenha gostado da edição!
Um grande abraço,
Marink Martins.
