Do Mercado #51: Small Caps: lucros, capacidades, cenário atual e setorial

11 de maio de 2022
Nesta nova edição, Rodrigo Natali disserta um pouco mais sobre o ambiente das Small Caps brasileiras. Quais são as mais favoráveis do setor? Existe um momento certo para atuar nas ações consideradas “pequenas”?
 

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Anteriormente, dado os cenários de risco que tínhamos pela frente tanto no ambiente local quanto no exterior, o setor das Small Caps era um grupo de empresas na Bolsa brasileira do qual não gostávamos, inclusive as nossas, atuais, posições são shorts no setor.

As ações de Small são empresas em que as pessoas buscaram comprar, foram idealizadas e pensadas em um ambiente macroeconômico totalmente diferente: numa concepção de juros a 2% ao ano, com a inflação controlada e com as Bolsas do mundo todo subindo.

Com isso, houve uma impressão de que esse setor apresentava muito menos risco do que realmente tinha. Bom, o resultado não poderia ser diferente; as pessoas passaram a sair de empresas que eram mais seguras e com ótimos resultados, para buscar empresas novas e com maiores promessas na esperança de alcançar grandes retornos.

Muitas casas de análises venderam essa ideia, mas, quando essas ações caíam, era passado dinheiro das grandes empresas para as pequenas, afinal, as pessoas acreditam que quando uma ação cai entre 30 e 50%, é mais fácil que essas voltem a subir do que uma ação que já está na máxima eleve ainda mais a sua porcentagem. 

“Algo que caiu muito é mais fácil de subir do que algo que está na máxima”.

Muitas pessoas migraram para o setor de Small e continuam. Inclusive, nesta segunda-feira, batemos os 101,50 BRL para o SMAL11, o ETF de Small Caps!

Esse é um setor que tem sofrido muito, principalmente pelos juros e por conta dessa desilusão nos movimentos de queda e compra.

A maioria das ações está chegando nos 80% acima da high e com a queda da Bolsa americana, principalmente da parte de growth — principal parte das Smalls brasileiras — como o exemplo do ETF da CEO da Ark Invest, a Cathie Wood representava o ideal de growth e de small, agora está caindo 85% da máxima. 

E com essa queda nos preços de ativos, houve um declínio generalizado dos múltiplos dos Estados Unidos e que também comprimiu os múltiplos do Brasil, gerando um efeito duplo e afetando a perspectiva das empresas por impactar o PIB com previsão de 1%.
Dessa forma, aumentando o custo de capital das empresas, atualmente com o Selic a quase 13%, e para uma empresa realizar uma captação isso se torna muito mais caro.

Esse ainda é um momento difícil para o setor, mas, isso não significa que esse é um investimento nulo e ruim, muito pelo contrário, dependendo do momento, o segmento das Small apresenta grandes capacidades de trazer retornos superiores aos das empresas maiores. 

A maneira de contornar o seu investimento, mesmo com essa crise setorial, é agir com perspicácia sabendo qual o momento certo que trará retornos sucedidos, até porque nesse nível não vale a pena ficar posicionado em short.

Por aqui, começamos a comprar algumas ações que mostraram um preço excelente e que podem trazer um retorno com até 11x lucro. Outras, apesar de terem caído e analisando a divulgação de seus resultados, não nos contentaram, mostrando serem caras para o momento.

O momento migratório ideal para esse setor é quando estivermos próximos das baixas dos juros, algo que provavelmente não será imediato e percorrerá um tempo de sete meses até que isso ocorra.

E, mesmo depois de um bom tempo com baixa expectativa nesse tipo de aplicação, o que de certa forma foi uma decisão certeira, pois evitamos as perdas, nossas expectativas têm aumentado pelos níveis de preços e esse retorno mostra-se assimétrico para cima, o que pode ser um bom investimento.

Aguardo você na próxima edição!

Um grande abraço,
Rodrigo Natali.

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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