Bem-vindo (a) a mais uma edição da Do Mercado!
O fim do primeiro mês de 2022 chegou e, agora, o mercado se posiciona de modo a alcançar uma perspectiva para o restante do ano de forma diferente dos meses anteriores. E, ao olhar a cota dos fundos multimercados, era evidente que metade subia e a outra descia quando o mercado melhorava.
Agora, o mercado tomou uma posição e resolveu apostar em melhoras.
E essa decisão se deu por diversos motivos…
Muitas pessoas que estavam posicionadas em câmbio, lá fora, resolveram trazer o seu dinheiro de volta, mesmo essa não sendo uma boa operação. Entretanto, isso não é um problema, já que quem realizou esse movimento no começo do mês, aparentam estar colhendo bons resultados.
Neste fim de mês, os preços estão cada vez mais altos.
É o exemplo daqueles que trouxeram dinheiro para dentro com o câmbio fechando por volta de R$ 5,30, bem diferente do antes anterior antes de R$ 5,70 no fim do ano passado.
Outro fluxo observado evidencia o investidor estrangeiro, esse que entrou com capital, não somente na Bolsa, pois, desde o início de janeiro de 2022, levantou capital positivo chegando a 30 bilhões de reais acumulados no ano.
Também foi possível observar um fluxo incomum: o capital de estrangeiro entrando para vender dólar longo, o famoso carry trade.
É natural que o investidor estrangeiro comece a buscar por outras opções quando um país tende a ficar com sua moeda parada (foi o caso do Brasil) e com as altas taxas de juros rodando a 11% (enquanto o exterior apresenta 0% em taxa de juro).
Esses são os smart money, investidores que buscam por arbitragens de taxas de juros.
O Brasil, dentro de emerging markets, é a opção mais barata e emerging markets, na maioria das casas dos ativos, é também a opção mais barata.
A rotação de fluxo de capital saindo de ações growth (ações com alto valuation) e as de tecnologia menores (como as startups), vistas nos últimos três meses, beneficiaram o Brasil indo para “ações de velho” e se tornando boas opções para quem está buscando por segurança. Entende-se por “ações de velho” aquelas que produzem caixa, a exemplo de exportadoras, grandes bancos e todos os investimentos que apresentam resultados robustos e assimilares.
E, ainda em janeiro, aconteceu a reunião do Fed, indicando que na próxima reunião haverá possibilidades de novas altas de juros nos Estados Unidos.
Com todos esses movimentos e com a eleição presidencial brasileira já evidenciando muitos aspectos, o candidato que segue liderando as pesquisas eleitorais já vem dando sinais de qual será a sua política monetária. O mercado fez uma aposta: o cenário tende a melhorar.
Comprando Bolsa em torno de 114 mil reais e vendendo dólar a R$ 5,30.
Aqui na Inversa éramos grandes defensores desse movimento, agora, julgamos que ele ainda faz sentido e avaliamos que ao fim deste ano a Bolsa brasileira fechará acima do que está no atual momento. Já o mercado lá fora talvez feche abaixo do que está atualmente.
Acreditamos também que no curto prazo esse aumento foi grandioso e extremamente rápido, dado que a maior parte do capital e o maior estímulo veio através do estrangeiro.
A Bolsa lá fora também se deteriorou muito rápido e caso continue caindo, é natural que o estrangeiro, ao observar as diferenças entre as bolsas, possa resguardar o capital e levar de volta para fora fazendo com que os ativos brasileiros, que estavam performando bem, passem a performar mal.
Neste momento, a orientação é se manter mais tático e recomendar mais parcimônia e menos riscos, afinal, apesar do cenário parecer melhor, os preços andaram muito.
Aqui na Inversa a preferência é ver risco-retorno!
O risco aumentou, o retorno aumentou e o preço não está tão bom quanto antes.
É preciso ter um pouco mais de calma e não pular diretamente nesse novo cenário.
Espero que tenha gostado da edição!
Um grande abraço,
Rodrigo Natali.