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Durante as últimas semanas, o mercado começou a se deteriorar e voltou a precificar todos os cenários de riscos, reforçando a necessidade de manter uma visão mais cautelosa, principalmente no câmbio, no qual a maioria dos especuladores e fundos locais multimercados mantinham as suas posições.
Esse movimento, visto durante a sexta-feira passada, se manteve ao longo da semana com o dólar subindo diariamente e de forma muito agressiva, chegando a operar entre R$ 4,95 (anteriormente em R$ 4,62), fazendo com que Banco Central precisasse intervir por meio de um leilão de pronto — leilão de dólar à vista — e, na sequência, por um swap.
Essa é uma dinâmica impressionante! Imaginar que na quinta-feira passada, a low do câmbio foi à R$ 4,62 e, no dia seguinte, houve um leilão... O movimento de quase 5% na máxima do dia foi extremamente raro para o câmbio que, normalmente, tem uma volatilidade menor se comparado com a Bolsa!
Esse foi um evento muito forte que manteve o foco no real que, durante algumas semanas, foi a moeda que melhor performou dentre todas do mundo. Afinal, houve dias em que todas as outras moedas foram se depreciando contra o dólar enquanto o real fazia o contrário.
Na época, estávamos mais negativos, com isso! A Bolsa (aqui e lá fora) acabou caindo cada vez mais, chegando próximos das lows e do S&P (cerca de 2.5% entre 4.200 pontos). Diante desses preços, assumimos posições mais neutras e acreditamos que uma boa posição seja a de “venda-venda”, isso é: vender o dólar futuro e vender o índice futuro.
Se tudo for constante e o investidor conseguir obter ganhos de carregos cheios nos dois ativos (tanto no dólar quanto na Bolsa e, consequentemente, no nível de câmbio), vai ser possível observar que o risco tomado, em sua maioria, foi no dólar.
Há meses, o mercado de Bolsa está hostil para operar e com a volatilidade vista no S&P, tudo fica ainda mais difícil. O mercado de pré também está complicado já que a inflação está próxima do seu pico e, simultaneamente, estamos próximos de uma alta.
O movimento de inversão se mostrou muito mais agressivo em relação ao de queda, justamente no câmbio. Agora, diante desses preços que não são fáceis de vender, esse é um bom momento para fazer a posição de venda-venda, pois, vender o dólar futuro e o índice futuro, praticamente, não consome nada de caixa.
Enquanto o mercado não define uma posição mais certeira, essa é uma boa operação que pode render até 200% do CDI sem sofrer grandes riscos direcionais. Pois, nesse intervalo, se manter resguardado é saber que para ganhar dinheiro no mercado financeiro, em certos momentos, é preciso aguardar!
Espero que tenha gostado da edição!
Um grande abraço,
Rodrigo Natali.