Do Mercado #43: Proteção contra evento de cauda

14 de março de 2022
Eventos improváveis e inesperados podem resultar em amargas consequências, especialmente para aqueles que preferem seguir o “efeito manada”.
 

Bem-vindo(a) a mais uma edição da Do Mercado!

 

Se você vem acompanhando a Inv, sabe que estamos bem preocupados com o cenário local e internacional que, de fato, se deteriorou. 

A piora da situação já era prevista, principalmente, devido ao aperto monetário do FED que se aproxima e, no meio tempo, as tensões entre a Rússia e a Ucrânia começaram ressaltando a importância de se chamar a atenção para um novo risco de cauda (eventos improváveis que resultam em fortes consequências). 

De fato, quem realizou posições mais conservadoras nesse movimento, se beneficiou positivamente. Esse proveito também aconteceu conosco e, repentinamente, a maioria das pessoas concorda que, agora, esse conflito é um problema maior!

Atualmente, a inflação é percebida como um fenômeno de escala global, capaz de atrapalhar o mercado financeiro e as correções de máximas nas bolsas — na Europa 20%, no Nasdaq também 20% — e o mercado começou a operar com uma maior volatilidade.

Como operar em um mundo onde a volatilidade é extrema, causada por fenômenos que não estão sob nosso alcance?

Repentinamente, a Rússia pode fechar um acordo com a Ucrânia ou a China pode intervir no conflito e agravar a situação. Além disso, a próxima reunião do FED pode trazer grandes surpresas na política monetária.

Há diversos exemplos que podem fazer com que o mercado caia muito ou suba muito e passe por tremendas oscilações.

Mas, o que fazer neste momento, no qual o mercado já andou? 

Quando todo o mundo está realizando o contrário de você (você que não está vendendo na máxima), o desânimo coletivo é presenciado e em horas como essas, uma estratégia bastante apropriada (e essa não é uma recomendação!) é tentar não perder dinheiro! Afinal, eventualmente, independentemente de qual direção o mercado siga, você conseguirá ter a oportunidade de retornar às suas posições.

Ter se mantido short em índice futuro Bovespa e short em dólar foi algo extremamente positivo para nós. Ambos os ativos tem carrego positivo, que basicamente é o CDI!

Imaginemos uma quantia X de fundos, caso ocorra a venda de um futuro do dólar e um futuro do Ibovespa, essa estratégia — a ação não consome caixa —, uma parte ficará presa com margem de garantia na B3 e o caixa ficará rendendo CDI.  

Daqui há um ano, esse caixa (com o CDI a 11%) renderá o próprio título, e o ganho nas posições (com o CDI a 11%) será de +11% de carrego no dólar e +11% de carrego na Bolsa, mesmo que a bolsa e o dólar permaneçam parados. Ou seja, isso é 300% do CDI com a posição uma contra a outra. 

Quando o dólar sobe, a Bolsa cai, e quando a Bolsa sobe, o dólar cai. Logo, uma posição mata a outra. É claro que, na prática, isso não é tão simples! 

É preciso saber adequar o tamanho das posições, pois, a volatilidade dos ativos muda. Às vezes, quando os juros sobem consideravelmente, os dois caem juntos, o que é excelente. 

Esse é um bom exemplo de uma posição que ao mantê-la, ela se compensa. O investidor ganha dinheiro de carrego triplicado, e eventualmente, caso o mercado realize movimentos fortes para qualquer lado, você está preparado para aproveitar talvez compras de pechinchas ou a venda de outras que subiram muito.

 

Espero que tenha gostado!

Um grande abraço, 
Rodrigo Natali.
 

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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