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Na semana passada, infelizmente, as tensões se agravaram entre a Rússia e a Ucrânia. Após o evento, inúmeras consequências emergiram.
Como o velho ditado ressalta “sabemos quando uma guerra começa, mas não sabemos como ela termina”.
A certeza é que a Ucrânia, agora, ficará sem produzir e a sua economia está vulnerável. O país deixará de fornecer diversos e importantes ativos (aço, milho, trigo e soja), e consequentemente, o mercado internacional será impactado.
No dia do evento — início dos ataques contra a Ucrânia — o preço de inúmeros ativos subiu entre 10 e 15%, e na quarta-feira passada, o gás natural subiu 50% na Europa. Dado que os países aliados à Ucrânia entrem com sanções diretamente contra a Rússia, é natural que o maior país do globo também sancione as suas produções.
A Europa consome o gás russo, e não há outro substituto, além disso, é extremamente difícil transportá-lo por longas distâncias. Com isso, cria-se todo um problema que envolve e atinge uma série de cadeias de distribuição.
Certamente, esse é um aspecto global e a tendência é que os preços de diversos ativos subam, não somente do petróleo, mas de dezenas de outros ativos. Os países também tendem a ficar mais localizados e fechados devido às tensões e, caso seja necessário, esses ficarão preocupados em exportar seus ativos.
Logo, o mercado financeiro na totalidade sofre!
E, primeiramente, uma queda de liquidez deveria acontecer.
Antigamente, esse não seria um problema esperado, pois, os Bancos Centrais realizariam algum tipo de intervenção (baixando os juros ou dando algum tipo de aumento de liquidez). Entretanto, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia está acontecendo em um péssimo momento, no pior dos últimos 30 anos.
Os Bancos Centrais dos grandes países estão posicionados atrás da curva. Há um problema desde que as tensões começaram! Há duas semanas, os dados econômicos divulgados por países desenvolvidos (Estados Unidos, Inglaterra e a Europa em geral) apresentaram-se piores em termos de inflação.
Simultaneamente, os insumos estão batendo recordes!
A inflação está piorando, tornando-se um problema social. Atualmente, é impossível que os Bancos Centrais tentem realizar algum estímulo e advir um contraponto imediato ao que o mercado está vivendo.
Mas, o que fazer nesse tipo de situação? O conselho é ficar com posições em ativos mais líquidos, não ter alavancagem de maneira alguma, tentar reter caixa em posições que apresentem diversificações de riscos (em empresas maiores que fazem exportação), esta última é sempre uma melhor opção comparada a pequenas empresas que, geralmente, focam em apenas um único setor.
E também, a orientação é conseguir um pouco mais de proteção, comprando um pouco de dólar e vendendo um pouco de índice com o intuito de não precisar zerar a carteira em um momento tão difícil como esse.
Sugerimos cautela!
Infelizmente, essa não é uma novidade... Há um certo tempo já vínhamos ressaltando a importância de manter a cautela (mesmo quando o dólar despencou) e estamos aqui, novamente, lembrando que as circunstâncias estão cada vez mais complicadas.
Adicionamos mais um problema na pauta, mais uma variável e não retiramos nenhum outro. A balança está desequilibrada, logo, isso faz com que o razoável seja enfatizar a busca por cautela!
Espero que tenha gostado da edição!
Um grande abraço,
Rodrigo Natali.