A nova estratégia do Pão de Açúcar terá ‘Éxito’?

11 de agosto de 2022
O Grupo Pão de Açúcar divulgou fato relevante estudando segregar algumas operações. Entenda neste artigo se essa seria uma boa oportunidade de investimento.

Ontem (10), o Grupo Pão de Açúcar (GPA) soltou um fato relevante informando que está estudando segregar as operações entre Éxito e Pão de Açúcar Brasil, visando destravar o valor das empresas do grupo. Acontece que isso já ocorreu anteriormente com outras empresas, então, entenda neste Relatório Especial se essa é uma boa oportunidade de investimento.

Ao longo da última década, o grupo francês Casino fez uma série de aquisições de ativos na América do Sul. Debaixo do guarda-chuva do Grupo Pão de Açúcar foram adquiridos e colocados juntos: Pão de Açúcar Brasil, Via, Assaí, a grande varejista colombiana Éxito e até mesmo um e-commerce francês chamado Cnova.

A partir de 2019, o grupo iniciou uma fase de desinvestimentos e segregação dos ativos para um destravamento de valor uma vez que, na mesma cesta, o mercado não conseguia entender o valor do negócio. Então, teve início a chamada tese de soma das partes do Grupo Pão de Açúcar que atualmente vem sendo olhado com desconfiança pelo mercado.

O primeiro episódio ocorreu em 2019 a partir da primeira operação de venda da atual Via (dona da Casas Bahia e Ponto Frio) para um grupo de empresários. Dessa forma, a empresa se capitalizou ao sair de um negócio que não era seu foco principal.

O segundo episódio se deu em março de 2021, quando a empresa liderada pelo Casino realizou uma segregação de negócios. Desta vez, o atacarejo Assaí foi listado na bolsa e a empresa do grupo foi vista pelo mercado com maior potencial de crescimento.

À época, o destravamento de valor foi bem-sucedido, com alta de 17% desde a inauguração das ações com ticker ASAI3. Na outra ponta, as ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) chegaram a se valorizar 82% depois da separação dos negócios. No entanto, com a elevação das taxas de juros no Brasil, as ações do GPA já negociam abaixo do valor da segregação entre os ativos.

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A empresa continuou no processo de melhoria da gestão dos ativos e, em outubro do ano passado, anunciou a venda de 71 lojas do grupo Extra, que estavam dentro da estrutura do Pão de Açúcar, para o Assaí pelo valor de R$5,2 bilhões. Na data, o mercado gostou e as ações chegaram a subir 25%, mas essa alta não se manteve assim como na etapa anterior. Para saber mais sobre como avaliamos este evento, clique aqui!

No dia de ontem, a empresa divulgou mais uma fase na busca da melhor precificação dos ativos. O estudo de um plano de viabilidade para a segregação entre as operações do Pão de Açúcar Brasil e o braço colombiano das operações pode finalmente levar os ativos mais próximos de um valor justo.

Apenas para se ter uma ideia, atualmente, o valor de patrimônio do Grupo é de R$14 bilhões ou R$52 por ação, no entanto, são negociados em bolsa por R$4,7 bilhões ou R$18 por ação, 35% do valor patrimonial.

Olhando apenas para o Éxito, braço colombiano que é negociado na bolsa lá fora, ainda que com uma baixa liquidez, a empresa tem um valor de mercado de R$6 bilhões, o que deixa o Pão de Açúcar Brasil e o e-commerce Cnova precificados a menos que zero.

Essa é mais uma tentativa de destravamento de valor e uma vez que o mercado é cético com a companhia até aqui, seguimos acompanhando o desenrolar da história e que ainda pode render bom retorno aos investidores.

João Abdouni, CNPI.

Conheça o responsável por esta edição:

Nícolas Merola

Ações e Fundos de Investimento

Formado em Engenharia Civil pela UVA (Universidade Veiga de Almeida - RJ) em 2017 e com MBA pelo IBEC/INPG em 2018. Nícolas começou a estudar sobre investimentos ainda no início de sua faculdade, quando se apaixonou pelo assunto. Depois de atuar por mais de três anos no mercado de renda variável, de forma autônoma, se juntou em 2019 ao time de especialistas da Inv.

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