Pleno emprego nos EUA

5 de agosto de 2022
Hoje esperava-se um crescimento de 250 mil empregos nos EUA e o número que saiu foram impressionantes 523 mil, mais do que o dobro das estimativas. Entenda o fenômeno com Ivan Sant’Anna.

Quando, na segunda metade dos anos 1970, deixei de operar nos mercados brasileiros para me dedicar exclusivamente às Bolsas e derivativos americanos, na verdade só um dado econômico interessava.

Estou me referindo à trade balance (balança comercial) que os analistas e traders chamavam de trade deficit, simplesmente porque era sempre deficitária.

Alguns especuladores e investidores até se lamentavam porque não adiantava nada estudar os fundamentos do mercado porque no final o trade deficit é que determinava tudo.

Os anos se passaram e a estatística mais importante passou a ser o unemployment (desemprego). Mas logo um dado, também sobre o emprego, começou a se destacar.

Refiro-me ao US nonfarm payroll jobs (crescimento ou redução do número de empregos não agrícolas).

Esse dado sai sempre na primeira sexta-feira do mês e hoje é a primeira sexta-feira de agosto. A hora de divulgação é sempre oito e meia da manhã, horário da Costa Leste Americana, que nesta época do ano fica uma hora atrás do Brasil.

Ou seja, aqui o payroll sai às 9:30, quando estamos no meio da reunião matinal da Inv.

Hoje esperava-se um crescimento de 250 mil empregos e o número que saiu foram impressionantes 523 mil, mais do que o dobro das estimativas. O percentual de desemprego foi de 3,5% (a expectativa era de 3,6%).

Essa alta do payroll, além de ser enorme, significa que os EUA já recuperaram todos os empregos perdidos por causa da Covid.

Para o mercado de ações, esses números podem ser interpretados de duas maneiras.

Visão otimista: a economia está explodindo (no bom sentido do verbo) sem nenhum sinal de recessão, que seria a tal hard landing (aterrissagem forçada), tão temida.      

Visão pessimista: com inflação e pleno emprego, o ciclo de alta do FED deverá perdurar por mais tempo.

No pré-mercado futuro, o S&P500 está caindo 1%, sinal de que o mercado não gostou do overheating (superaquecimento) econômico. Mas essa reação poderá mudar ao longo do dia.

A conferir.

Ivan Sant’Anna.

Nota do editor: mesmo com o pleno emprego nos EUA, a economia global (e mesmo a norte-americana) ainda tem sérios desafios a superar. E Ivan Sant’Anna pode te ajudar nessa jornada. Clique aqui e saiba como receber conteúdos exclusivos de um dos maiores traders do Brasil no seu e-mail.

Conheça o responsável por esta edição:

Ivan Sant'Anna

Trader e Escritor

Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Na newsletter “Mercadores da Noite” e na coluna “Warm Up PRO”, Ivan dá sugestões de investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.

A Inv é uma Casa de Análise regulada pela CVM e credenciada pela APIMEC. Produzimos e publicamos conteúdo direcionado à análise de valores mobiliários, finanças e economia.
 
Adotamos regras, diretrizes e procedimentos estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários em sua Resolução nº 20/2021 e Políticas Internas implantadas para assegurar a qualidade do que entregamos.
 
Nossos analistas realizam suas atividades com independência, comprometidos com a busca por informações idôneas e fidedignas, e cada relatório reflete exclusivamente a opinião pessoal do signatário.
 
O conteúdo produzido pela Inv não oferece garantia de resultado futuro ou isenção de risco.
 
O material que produzimos é protegido pela Lei de Direitos Autorais para uso exclusivo de seu destinatário. Vedada sua reprodução ou distribuição, no todo ou em parte, sem prévia e expressa autorização da Inversa.
 
Analista de Valores Mobiliários responsável (Resolução CVM n.º 20/2021): Nícolas Merola - CNPI Nº: EM-2240