Nem sempre a inflação é um monstro
Por Ivan Sant'Anna
Caro (a) leitor (a),
Antes que eu sofra um apedrejamento virtual, quero mostrar rapidinho que, para o Brasil, a inflação (mundial, bem entendido) pode ser boa desde que seja causada pela alta das commodities.
Pois elas são nossa praia.
Em outros países, a alta de preços tem uma conotação maligna.
Para espanto dos alemães, o índice mensal de preços por atacado bateu quase 5% (4,92%) no mês passado. Sendo um país que tem pavor de inflação (por causa da hiper de 1923, berço do nazismo), lá o significado é sinistro.
Muita gente deve estar estranhando o fato de que, nos últimos dias, enquanto a maioria das bolsas de valores mundiais continuou trilhando um bear market incipiente, o Ibovespa, após quase ter rompido o suporte psicológico de 100.000, disparou 8% em apenas oito sessões.
Boa parte dos papeis do índice brasileiro é composta de empresas extratoras, produtoras e exportadoras de commodities. Ou seja, esse tipo de inflação pode até ser festa para quem souber aproveitá-la.
Como veterano que sou, lembro muito bem quando, na década de 1970, diversas commodities fizeram máximas de todos os tempos, em dólares, mesmo desconsiderando a inflação americana de lá para cá.
Percebam que estou falando de meio século atrás.
Como não podia deixar de ser, os gringos estão excited (em português, o verbo fica esquisito) com a possibilidade de comprar ações na B3 para cavalgar um provável bull market brasileiro.
Bull market causado pelas nossas commodities, não custa repetir.
Um abraço,
Ivan Sant'Anna
Nota do editor: O tema desse relatório também foi abordado com mais detalhes na coluna Warm Up PRO de hoje escrita pelo Ivan Sant'Anna. Essa coluna sai todas as segundas, terças e quintas aqui na Inversa. Para conferí-las clique aqui!