Guerra na Ucrânia: o que é relevante

2 de março de 2022
Hoje Ivan Sant’Anna separa as informações úteis dos ruídos e passa em revista o que de mais importante aconteceu no conflito da Rússia com a Ucrânia durante nosso período de carnaval.

Caro(a) leitor(a), 

Como este carnaval brasileiro foi diferente, com pouco samba e muitas notícias da guerra na Ucrânia, acho bom separar o joio do trigo e escrever sobre o que importa.

Ou seja, aquilo que já afetou, e que irá afetar, os diversos mercados, nacional e internacionais.

Dez ou vinte jogadores brasileiros de futebol, que conseguiram fugir da guerra, podem render imagens de abraços e choros convulsivos ao desembarcar em Guarulhos. Só que isso, e outros acontecimentos semelhantes, não tem a menor importância no contexto geral do conflito.

Vamos ao que interessa.

Das 18 horas da última sexta-feira, dia 25 de fevereiro, quando fechou o pregão eletrônico da B3, até a manhã de hoje, diversas coisas relevantes aconteceram.

Ao invés de invadir apenas as províncias de Donetsk e Luhansk, no extremo leste da Ucrânia, naquilo que chamou de “missão de paz”, Vladimir Putin atacou todas as regiões do país, inclusive com algumas tropas partindo da Bielo-Rússia, seu aliado incondicional.

O que não se sabe é se os tanques e soldados russos irão entrar na capital ucraniana Kiev ou se se limitarão a promover um cerco, bombardeando-a de fora.

Como seria de se esperar, o Ocidente Europeu está reagindo com palavras e sanções. O mesmo acontece com os Estados Unidos.

Especula-se sobre uma possível entrada da Ucrânia na Comunidade Europeia, processo que, mesmo sendo acelerado, demanda muitos anos. É preciso se enquadrar nos dispositivos do Tratado de Maastricht.

Ninguém mais fala da entrada da Ucrânia na OTAN, o que deixaria a Rússia emparedada. Seria uma espécie de “cortina de ferro” ao contrário.

Os acontecimentos dos próximos dias serão muito importantes, principalmente agora que a China optou por uma posição de neutralidade.

Mesmo que a B3 sofra um pouco, para compensar os dias em que ficou parada, enquanto as lá de fora derretiam, o país irá se beneficiar da grande alta nos preços das commodities, o que já está ocorrendo.

Costuma-se dizer, com viés depreciativo, que o Brasil é um país geograficamente fora de mão. Nem sempre isso é um mau negócio. É o que poderá estar acontecendo agora.      

Um abraço,
Ivan Sant’Anna

Nota do editor: além de assinar alguns de nossos Relatórios Especiais, Ivan Sant'Anna também escreve, com exclusividade, todas as segundas, terças e quintas-feiras para a coluna Warm Up PRO, que você pode conhecer clicando aqui!

Conheça o responsável por esta edição:

Ivan Sant'Anna

Trader e Escritor

Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Na newsletter “Mercadores da Noite” e na coluna “Warm Up PRO”, Ivan dá sugestões de investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.

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