Caro(a) leitor(a),
No início do século 20, um político norte-americano (há controvérsias sobre quem foi o autor da frase) disse que “nas guerras, a primeira vítima é a verdade”.
No tristemente célebre Acordo de Munique, assinado em setembro de 1938, Adolf Hitler garantiu ao primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain que a Alemanha só desejava a paz e que seu único interesse na Tchecoslováquia era ocupar os Sudetos, região de maioria de população alemã.
Suas ambições terminavam ali, prometeu o Führer.
Depois da conferência, Chamberlain voou para Londres onde desembarcou brandindo o acordo assinado na Alemanha.
Foi recebido por um batalhão de repórteres e fotógrafos e aplaudido por uma multidão entusiasmada.
O próprio rei George VI convidou o primeiro-ministro para se apresentar ao seu lado numa sacada do palácio de Buckingham.
Como todo mundo sabe, Hitler foi muito mais além em seus delírios de conquista, ocupou toda a Tchecoslováquia, mais tarde a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. O resto é história.
Recentemente, o secretário-geral da OTAN, general Jens Stoltenberg, declarou que Vladimir Putin o olhara nos olhos e garantira que invadir a Ucrânia não constava de seus planos.
Após isso, Putin não só humilhou com palavras o país vizinho como o atacou essa madrugada.
Não foi à toa que Stoltenberg já havia declarado:
“Errei ao acreditar (em Putin) e não vou mais errar com relação à Rússia.”
Guerras, a gente sabe como começam mas nunca como terminam. A única coisa da qual se pode ter certeza é a de que a primeira vítima é a verdade.
Um abraço,
Ivan Sant’Anna
Nota do Editor: além de assinar alguns de nossos relatórios especiais, Ivan Sant'Anna também escreve todas as segundas, terças e quintas-feiras para a coluna Warm Up PRO, que você pode conhecer clicando aqui!