É preciso ter sempre um plano B
Por Rodrigo Natali e João Abdouni, CNPI
Caro (a) leitor (a),
No começo do ano viemos com uma mensagem de prudência, neste texto. Resumindo, os riscos internos estavam aumentando, principalmente no cenário político, o que justificaria uma alocação responsável. O motivo foi a presença de fatos novos.
De lá para cá, fatos novos surgiram novamente, o queremos reiterar e até deixar a mensagem mais clara.
Acreditamos que a dinâmica da bolsa americana se deteriorou. Já vínhamos dizendo isso há um tempo, mas o pico inflacionário de 40 anos e com um índice de 7% ao ano, parece ter assustado o governo Biden, que tem sua aprovação despencando e também ao FED, que veio a público dizer que já considera altas de juros em março.
Isso aconteceu mesmo com um dado bem pior de vendas no varejo, que pode ter sido distorcido pelos efeitos da Ômicron, mas de qualquer forma não parece ter alterado o ânimo do FED em seguir com altas nos juros.
Como voltamos ao cenário interno, o candidato na liderança das pesquisas veio a público dizer que vai acabar com o teto de gastos de maneira clara e inconfundível.
E, ao mesmo tempo, o mercado se animou aparentemente ouvindo o nosso call que, para o ano, esperávamos valorização dos ativos brasileiros. Quem tiver interesse, confira os Relatórios: ‘Começou o grande movimento. Você faz parte dele?’ e ‘Compre ações brasileiras’.
Mas, nesse sentido, acho que vale mais uma vez uma recomendação de parcimônia. Acredito que os riscos no cenário interno e externo aumentaram e essa mensagem vem em um momento do qual os preços também subiram, o que torna o risco menos favorável.
E sendo direto, achamos que ter caixa ou papeis do governo mais longos e que pagam juros reais (taxa + inflação), além de algumas exportadoras, serão os ativos que possuem um seguro embutido, caso esse fluxo atual perca força ou que o mercado se assuste com algo novamente.
Ter sempre um plano B, uma carta no bolso, um seguro, é o que faz com que se sobreviva no mercado no longo prazo e, principalmente, nos anos difíceis como esse aqui promete.
Um abraço,
Rodrigo Natali e João Abdouni, CNPI.
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