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Você que acompanha os mercados globais, já deve ter percebido que a moeda japonesa, o iene, vem se desvalorizando muito em relação ao dólar americano e o mesmo também pode ser dito em relação ao euro, embora, sob uma escala menor.
Já a moeda russa, que no começo do ano estava se desvalorizando muito frente ao dólar, nos últimos meses se recuperou de forma impressionante. Tudo isso é fruto de alguns fatores: temos a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, mas também o desmonte de diversos estímulos econômicos que foram colocados em prática durante a pandemia e os meses subsequentes.
Em particular nos Estados Unidos houve uma expansão monetária e fiscal, porém agora, o que se vê é um movimento na direção oposta. Diante disso, foi possível ver a desvalorização de ativos, as ações caindo significativamente e, por consequência, o mercado cambial ficou mais estressado.
No entanto, nesta edição, chamamos a atenção para uma moeda que se encontra mais vulnerável: a libra esterlina.
A libra esterlina que, após o Brexit (o Britain Exit foi um movimento político que defendeu a saída do Reino Unido da União Europeia), sofreu bastante. E, embora tenha se recuperado nos anos subsequentes, nos últimos meses voltou a sofrer. Especialistas apontam que a moeda se encontra vulnerável e tende a cair mais, por quê?
A chance de uma recessão na Inglaterra é maior que a chance de recessão nos Estados Unidos, pois a terra da rainha Elizabeth se encontra vulnerável energeticamente e isso vem contribuindo para um grande déficit tanto na balança comercial (déficit em conta-corrente), que representa as relações externas dos fluxos de recursos que afetam um determinado país, quanto o déficit de fiscal. Quando esses déficits ocorrem, de certa forma, em simultâneo, temos o que conhecemos por: déficits gêmeo.
Com os déficits gêmeos, a Inglaterra está mais vulnerável e não vem realizando reformas “Boris Johnson”, assim como Emmanuel Macron, o atual presidente da França, não está conseguindo maioria no congresso e, provavelmente, não conseguirá aprovar determinadas reformas.
Durante os últimos anos, na opinião de muitos especialistas, a Inglaterra vem tentando realizar políticas imediatistas, pois não vem ganhando em produtividade.
Se antes, nas décadas de 80 e 90, a Inglaterra ganhou em produtividade em relação aos Estados Unidos e à Alemanha, agora, praticamente vem entregando quase tudo nesses últimos anos.
Sendo assim, uma desvalorização da libra esterlina é mais que natural porque é a única forma, no momento, em que a Inglaterra pode fazer um movimento compensatório para melhorar a sua competitividade em relação aos seus pares.
Espero você na próxima edição!
Um grande abraço,
Marink Martins.