Portal para o futuro: Bitcoin e El Salvador
Por Rodrigo Natali
Olá!
Você talvez já tenha visto nas notícias. Recentemente, o jovem presidente de El Salvador, Nayib Bukele, de 40 anos, promoveu um plano para reativar a economia do país com... Bitcoin (BTC).
Bukele tem sido um ferrenho defensor da adoção da Bitcoin como opção de moeda oficial no seu país há um tempo. Agora, em notícia divulgada ontem, dia 7, El Salvador se torna o primeiro país a adotar o BTC como moeda legal.
Segundo os cálculos do governo, um dos benefícios desse plano é que os cidadãos expatriados morando nos EUA, que remetem recursos com frequência para o país, poderiam economizar até 400 milhões de dólares por ano deixando de pagar as caras taxas de remessas financeiras tradicionais.
Para essa função, faz perfeito sentido, afinal, é sempre bom ter mais opções. E, no final, podem até pressionar o sistema mais tradicional a ser mais competitivo em termos de preços.
Mas o mais interessante para nós vai ser observar, com o tempo, se a população local vai usar a cripto apenas para viabilizar transferências ou se irão além e passarão a manter percentuais mais relevantes de seus patrimônios em BTC, usando-a como reserva de valor.
O jovem presidente aposta na segunda hipótese. Ele acredita mesmo na cripto e tem tomado algumas medidas nesse sentido: criou uma carteira digital oficial, a Chivo Wallet, em que qualquer pessoa recebe 30 dólares na moeda digital e está estimulando a instalação de caixas eletrônicos onde se o cidadão possa sacar dinheiro diretamente da sua conta cripto, sem comissões.
Além disso, a cidade de El Zonte, conhecida como “Praia do Bitcoin”, pretende se tornar uma das primeiras economias baseada em Bitcoin do mundo.
Hoje, o grande problema que pode atrapalhar a utilização desse ativo parece ser a volatilidade.
No dia 7 de setembro, num movimento sem muita explicação fundamentalista, o mercado de cripto perdeu, como um todo, 300 bilhões de dólares de valor de mercado em 30 minutos; o BTC chegou a cair 14%.
Nos resta observar e entender como as coisas irão acontecer. O país servirá como um laboratório muito interessante e um portal para um futuro que, eventualmente, poderá se tornar a realidade de outras economias.