O grande acionista quer receber dividendos

26 de julho de 2022
Alguns meses atrás, o presidente da República se queixou dos altos dividendos pagos pela Petrobras. Agora a situação mudou e o Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia está solicitando que estatais abram os cofres. Entenda, com Ivan Sant’Anna, o destino deste dinheiro e o impacto econômico.

Alguns meses atrás, o presidente da República se queixou dos altos dividendos pagos pela Petrobras.

Na ocasião, ele desejava que a empresa baixasse, ou pelo menos parasse de subir, o preço dos derivados de petróleo na boca de saída das refinarias e, por conseguinte, nos postos de abastecimento.

Evidentemente era a paridade com as cotações internacionais que resultava em altos lucros da Petrobras e, em consequência, bons dividendos aos acionistas.

Agora a situação mudou. Houve uma guinada de 180º. Num esforço para bancar os gastos sociais extras, coincidentes não por acaso com a aproximação das eleições, o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, incontestavelmente por decisão de Guedes e Bolsonaro, quer que a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES abram os cofres e soltem a grana.

O destino dessa dinheirama, que poderá abrir um espaço de R$ 41,2 bilhões no Orçamento deste ano, é o pagamento do Auxílio Brasil (R$ 600,00), além de benefícios para taxistas e caminhoneiros.

Sobrarão cofres magros para o primeiro ano do próximo governo, que inclusive poderá ser continuação do atual.

Outro efeito colateral será a saída de dólares da Petrobras, que tem um terço de acionistas estrangeiros, com consequências óbvias de pressionar o câmbio.

Calcula-se que oito bilhões de dólares poderão sair do país, só nesse caso. É verdade que parte desse dinheiro retorna.

Quem vai ter um Natal mais gordo, com certeza, são os acionistas da Petrobras e do Banco do Brasil, que verão pingar em suas contas bancárias umas castanhas com as quais não deviam estar contando neste ano de vacas magras.

Ivan Sant’Anna.

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Ivan Sant'Anna

Trader e Escritor

Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Na newsletter “Mercadores da Noite” e na coluna “Warm Up PRO”, Ivan dá sugestões de investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.

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