Klabin: dividendos crescendo e o projeto Figueira

25 de julho de 2022
O anúncio do novo projeto de Klabin gerou oscilação nas ações da companhia. Diante disso, será que é um bom ou um mau momento para investir na empresa de papel e celulose? Confira neste Relatório Especial.

Na última semana, Klabin divulgou um novo projeto de expansão de uma planta de papel ondulado com investimento de R$ 1,6 bilhão no estado de São Paulo. No entanto, o projeto foi contestado por conselheiros independentes, as ações chegaram a cair 8% na quinta-feira (21), mas já se recuperaram. No meio de tudo isso, é um bom momento para investir em Klabin?

A Klabin é uma empresa focada na produção de derivados do papel e da celulose, sendo o seu principal objetivo industrializar e vender no mercado interno itens como o papel ondulado. Somente neste segmento, a empresa já produz 970 mil toneladas por ano e, com o novo projeto Figueira em Piracicaba (SP), deve ampliar essa capacidade em mais 100 mil toneladas e que está para ser entregue em 2024.

O projeto é pequeno quando comparado ao tamanho da companhia, que tem um capital investido de R$ 40 bilhões. Porém, o projeto Figueira acabou se tornando um assunto relevante entre os dias 21 e 22 deste mês por conta do voto contrário (divulgado em uma ata da companhia) no qual dois conselheiros comentam que o projeto Figueira pode vir a ter rentabilidade negativa. Isso assustou os investidores em um primeiro momento, fazendo com que as ações sofressem uma queda de 8% na abertura de mercado da última quinta-feira (21).

Na Inv, entramos em contato com o departamento de Relações com Investidores da Klabin para entender um pouco mais sobre o projeto e, assim como o mercado (após a queda inicial, as ações já se recuperaram e negociam num patamar maior que antes do anúncio), tivemos uma percepção positiva sobre o projeto.

Vejamos: a Klabin visa a expansão da produção de papelão ondulado por conta do crescente consumo do produto, que pode forçar a empresa a colocar um terceiro turno de produção, gerando custos elevados. A solução encontrada foi a expansão do segmento via uma nova planta no estado de São Paulo, local de forte demanda.

A empresa informou que espera uma boa rentabilidade no projeto que, de fato, tem uma margem menor do que outros projetos da empresa (como o Puma II). Em contrapartida, o papelão ondulado tem uma receita mais estável e uma demanda mais previsível uma vez que 64% de sua demanda está ligada aos produtos de alimentação. A rentabilidade de Klabin continua em uma patamar elevado e com um retorno sobre o capital empregado de 20% ao ano.

Outro destaque é a política de dividendos atrativa. Atualmente, a companhia distribui 20% da geração de caixa operacional (EBITDA) aos acionistas. Com isso, em nossa análise, ela deve remunerar os acionistas, já em 2022, R$ 1,5 bilhão em forma de proventos, uma renda comparada ao preço de tela atual de 7% no ano. Lembrando que essa remuneração deve subir à medida em que a Klabin conseguir reduzir seu endividamento. Por essa razão, nossa expectativa é de que essa remuneração seja de R$ 4 bilhões, o que pode elevar a renda em dividendos para 19% em 2024.

Dessa forma, observamos os acontecimentos da última semana como ruído e seguimos confiantes com a tese de investimentos em Klabin.

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João Abdouni (CNPI).

 

Conheça o responsável por esta edição:

João Abdouni

Analista CNPI

Graduado em Contabilidade e administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, João possui grande experiência em auditoria contábil, trabalhando por anos na Ernst & Young, famosa empresa inglesa de consultoria. Apaixonado pelo mercado financeiro, integra o time de especialistas em investimentos da Inv e está à frente das séries Premium Caps, Ações Alpha dentre outras.

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