Klabin (KLBN11): O primeiro passo do Puma
Por Nícolas Merola, CNPI, e João Abdouni
Hoje, dia 26 de outubro, a Klabin divulgou, antes da abertura do mercado, os seus resultados operacionais e financeiros referentes ao terceiro trimestre de 2021.
A Klabin é uma companhia que já cobrimos por algumas vezes. No mês de junho, comentamos sobre a empresa pela primeira vez em nossos relatórios diários, ressaltando, principalmente, a sua resiliência perante o atual cenário inflacionário e o seu potencial de valorização com a implementação bem-sucedida e normalização de seu projeto de expansão mais recente, o Puma II.
De lá para cá, as ações de Klabin (KLBN11) caíram, é verdade. Uma queda de aproximadamente 6%, saindo do patamar de R$ 26,00 por ação para os atuais R$ 24,50.
Mas, o que você pode não ter percebido é que se tivesse investido, nesse mesmo período, no índice amplo da bolsa brasileira, o Ibovespa, estaria amargurando uma queda de mais de 17% de seu capital investido.
Passado e Futuro
A Klabin é uma produtora de papel integrado que tem a possibilidade de vender seu produto acabado, isto é, embalagens e produtos de papel em geral, ou, quando o cenário é mais favorável, exportar a sua matéria prima, a celulose.
Os resultados do terceiro trimestre, em nossa opinião, foram, sim, bons, apesar de sem muitas surpresas.
O fato de o preço da celulose, ao longo do terceiro trimestre, ainda estar num patamar um pouco mais alto que o atual, assim como a diferença entre os tipos de celulose também estar grande, ajudou a companhia e contribuiu em quase R$ 1 bilhão do total de R$ 1,9 bilhões de resultado operacional reportado pela companhia.
Essa geração de caixa vem possibilitando que o endividamento da companhia, causado pelos investimentos no projeto de expansão da capacidade de produção de papel e embalagens, o Puma II, estejam sendo quitados trimestre a trimestre.
O endividamento da companhia no mesmo período do ano passado havia fechado em 4 vezes o resultado operacional em dólares. Ao fim do terceiro trimestre deste ano, esse endividamento já se reduziu para 3,1 vezes.
O projeto Puma II teve sua primeira etapa entregue no mês de agosto de 2021, quando iniciou a produção do primeiro papel kraftliner do mundo feito exclusivamente com fibras de eucalipto. A segunda e última fase está prevista para o segundo semestre de 2023, quando alcançará sua plena capacidade e terá adicionado, no total, 40% à produção de papel e embalagens.
Considerando que essa adição de produção trará a geração de caixa anual para perto de R$ 8 bilhões ao ano (aproximadamente R$ 2 bilhões por trimestre, R$ 100 milhões maior que o registrado neste trimestre), e que os preços dos produtos e do câmbio não se distanciem significativamente dos patamares atuais, os dividendos (ou proventos) potenciais ao preço atual da ação podem ultrapassar os 15% ao ano.
Um abraço,
Nícolas Merola, CNPI e João Abdouni.