JBS: A maior empresa de proteína animal do mundo
Por João Abdouni e Nícolas Merola, CNPI
Breve histórico
A JBS foi fundada em 1953 no estado de Goiás, e atualmente, é o maior produtor de proteína animal do mundo, contando com produtos derivados das culturas suína, ovina, aves.
A empresa conta com aproximadamente quatrocentas unidades ao redor do mundo, com uma série de marcas conhecidas no Brasil e no interior, um outro grande mercado é os Estados Unidos.
Essas são: Swift Friboi, Seara, Maturatta, Plumrose, Pilgrim’s Pride, Just Bare, Gold’nPlump, Gold Kist Farms, Pierce, 1855, Primo e Beehive.
A empresa tem presença em quinze países em cinco continentes.
Composição acionária
A composição acionária da empresa conta com o bloco de controle formado pela J&F pertencente aos irmãos Batista, que detêm 38% de participação. O Banco Nacional do Desenvolvimento, o BNDES, possui 23,16%. E as ações em livre circulação no mercado somam 32,56%.
Fonte: RI JBS
O operacional da empresa está voando
Os fatores que tornam a companhia muito lucrativa nessa fase do ciclo, estão relacionados diretamente com a alta do preço da proteína animal e o preço do dólar.
Com a falta de produtos atrelados as commodities no mundo todo, entendemos que não deve ocorrer uma queda forte no curto prazo nos preços da proteína animal, seu principal produto.
Na verdade, o que temos observado é que o preço da carne vem subindo de forma acelerada mês a mês e recentemente atingiu o patamar mais altos dos últimos 5 anos.
Uma grande influência é que a Ásia está consumindo cada vez mais proteína animal, fator esse que impulsiona o setor e beneficia as quatro empresas listadas do setor (JBS, Marfrig, BRF e Minerva).
No entanto, a JBS é uma empresa de escala global muito maior do que outras e negocia com uma relação preço sobre lucro próximo de suas competidoras, a 7 vezes.
Com o atual nível de preço do seu mix de produtos, a lucratividade da companhia aumenta significativamente e consequentemente a sua possibilidade de pagamento de dívidas.
A empresa vem desalavancando rapidamente, e no atual momento negocia a uma relação dívida líquida (valor da dívida menos o saldo em contas bancárias) sobre a geração de caixa de 1,7 vezes, o que é patamar bem controlado.
Se os preços da proteína e do dólar se mantiverem nesse patamar, a empresa deve ficar sem dívida líquida nos próximos dois anos e a partir desse ponto sua renda em dividendo pode chegar a 15% ao ano. Um ajuste desse dividendo para o patamar de 8,5%, traria o preço da ação para um valor justo próximo de R$57,00.
Mas, esse valor justo deve ser mais facilmente percebido à medida que a empresa conclua a sua desalavancagem, ou seja, continue o seu processo de redução do endividamento, e com isso consiga aumentar o potencial de distribuição de dividendos.
Conclusão
O setor de proteína animal protege o investidor contra a inflação de alimentos que vem ocorrendo no mundo todo. A JBS que tem presença global, principalmente nos EUA, e é uma empresa que vem pagando dividendos potencialmente crescentes nos próximos anos.
Dessa maneira, observamos o setor de proteína animal, assim como o de commodities em geral, como um defensivo e que deve compor a carteira do investidor em ações no Brasil.