Último dia: cisão Itaú e XP. Opere antes dos grandes fundos.
Por Nícolas Merola, CNPI
Há aproximadamente um mês, publicamos um relatório falando sobre a cisão entre o Itaú e a XP, um evento muito importante e que vai afetar todos os 490 mil investidores pessoa física que a possuem em carteira.
Se ainda não teve a oportunidade de estudar mais detalhadamente o evento, sugiro a leitura de tal carta após a leitura desta, é só clicar aqui.
Hoje, vou dar prosseguimento à discussão, trazendo o que aconteceu com as ações da companhia desde que comentamos pela primeira vez e o que sugiro que faça a partir de agora.
Cisão Itaú e XP
De forma bem breve, a história de Itaú e XP começou há muitos anos, quando a XP ainda tinha seu capital fechado.
No evento, o Itaú adquiriu aproximadamente 49% das ações da companhia a um valor de aproximado de 6 bilhões de reais. Hoje, essa mesma fatia da companhia vale 10 vezes mais, o que indica que esse foi um bom negócio por parte da empresa.
Atualmente, com pouco mais de 41% das ações de XP, a fatia da XP dentro do valor de mercado do Banco se tornou relevante, os incentivando a realizar a separação entre elas.
A forma escolhida para isso foi distribuir para todos os acionistas do Itaú recibos dessas ações de XP que o banco possui e que são estão listados nos EUA. Esses recibos são os famosos BDRs.
A proporção aproximada é de 43,31 ações de Itaú (ITUB3 ou ITUB4) para cada um BDR de XP. Hoje, dia 01 de outubro, é o último dia para os investidores adquirirem esse direito de recebimento.
Uma oportunidade de trade
Desde que publicamos o primeiro relatório, no dia 23 de agosto, a percepção de valor de Itaú pelo mercado em relação aos seus pares, Bradesco e Santander, só aumentou.
A relação do preço entre Itaú e Bradesco, o segundo maior banco do país, por exemplo, subiu de 1,3 vezes para quase 1,4 vezes. Uma trajetória que vinha de um patamar normal de 1,15 vezes.
Em nossa percepção, grande parte dessa sustentação de preço se deu por essa distribuição de ações que acontecerá em breve.
Agora, você deve estar se perguntando o que acontecerá e o que deve fazer nos próximos dias, certo?
Há alguns dias, fizemos uma outra publicação que também complementa esse racional, falamos sobre a nossa tese de Bradesco e porque o consideramos uma boa oportunidade de compra.
Hoje, a fatia da XP dentro do Itaú equivale à 50 bilhões de reais do seu valor de mercado, o equivalente à aproximadamente 5 reais por ação.
Ao descontarmos esse valor da ação de Itaú, perceberá que a relação de preço com o seu principal par, o Bradesco, volta a ser de 1,15 vezes, o patamar normal antes do anúncio deste evento, conforme comentei.
Portanto, nossa recomendação é que, após adquirir os direitos de recebimento das ações de XP ao fechamento do pregão de hoje, troque sua posição em Itaú por Bradesco, que, além de ter fundamentos sólidos indicados em seu relatório dedicado, pode se beneficiar de uma movimentação técnica, o Long & Short dos institucionais.
Para financiar essa operação e receber “gratuitamente” as ações de XP sem se expor ao risco do setor bancário, muitos fundos e grandes investidores montaram uma operação de long and short (comprar uma ação com os recursos de uma venda à descoberto de outra) no par Itaú e Bradesco, que tende a ser desfeito a partir da próxima segunda-feira, dia 4.
Dessa forma, essa troca recomendada de Itaú por Bradesco na segunda-feira tende a se beneficiar desse fluxo de curto prazo e você, pequeno investidor, conseguirá sair na frente dos grandes fundos que precisam fazer isso com bilhões de reais.
Um abraço,
Nícolas Merola, CNPI