Ficção em três atos
Por Ivan Sant’Anna
Antes de mais nada, quero esclarecer aos leitores que esta é uma obra de ficção. Optei por dividi-la em três atos, sendo hoje o primeiro.
Eu tive um sonho (ou pesadelo – mais adiante o leitor irá decidir, de acordo com suas convicções políticas). Nele, eu estava no início da noite de domingo, 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Assistia a um telejornal. Eles tinham acabado de informar que Jair Bolsonaro vencera Luiz Inácio Lula da Silva por 51% dos votos válidos, contra 49% do adversário petista.
Me lembrei então do que acontecera nos 16 meses que precederam as eleições.
Apesar do atraso inicial, a campanha de vacinação se completou. O número de infectados pelo coronavírus tornou-se residual.
O marqueteiro de Jair Bolsonaro conseguiu convencer boa parte dos eleitores, principalmente os das classes mais baixas (antes apoiadores de Lula) que o mérito fora do capitão.
A máquina governamental e a caneta do Planalto funcionaram a todo vapor em benefício da reeleição.
Preços de tarifas públicas foram represados; o Bolsa Família, que substituiu o Auxílio Emergencial, engordou pra valer.
O ministério da Cidadania, trabalhando em conjunto com a equipe econômica, criou um sistema através do qual as pessoas que recebiam dinheiro dos programas assistenciais não precisavam mais ir ao banco. Recebiam o crédito direto no cartão verde e amarelo.
Como se isso tudo não bastasse, os níveis de desemprego caíram bastante a partir do início do segundo semestre de 2022, graças à recuperação da economia.
Só para finalizar, lembro que o texto acima é uma ficção, a primeira de três que resolvi escrever.
Um forte abraço,
Ivan Sant'Anna