EUA contratando, Elon demitindo

3 de junho de 2022
Hoje foram divulgados os principais dados de emprego dos EUA e, paralelamente, Elon Musk declarou que pretende reduzir a força de trabalho da Tesla em 10%. Entenda no Relatório de hoje a relação entre esses assuntos e como isso pode influenciar os mercados.

Dados relacionados à força de trabalho costumam ser muito observados por investidores em todo o mundo pelo fato de serem, na maioria das vezes, uma foto da situação/força econômica do país. Nos Estados Unidos, o mais importante deles é o Payroll, divulgado mensalmente e costumeiramente na primeira sexta-feira do mês.

Este de hoje tinha uma importância ainda maior, visto que o mercado norte-americano vem passando por um momento crítico em que apesar da economia se encontrar aquecida, a alta inflação deve resultar em um iminente aperto monetário do Fed, podendo causar impacto forte nos ativos financeiros e, consequentemente, na economia do país.

Os sinais desta maior preocupação na economia norte-americana se intensificaram nos últimos meses e particularmente ontem, quando Elon Musk comentou aos seus executivos da Tesla que a companhia deveria reduzir os funcionários em 10% por conta de um mal pressentimento relacionado ao cenário econômico à frente.

A gigante automotiva possui, hoje, 100 mil funcionários, ou seja, uma redução desta magnitude representaria 10 mil demissões, causadas por uma das maiores empresas dos Estados Unidos que possui, diferente de outras menores, mais capital e robustez financeira para ultrapassar momentos de crise.

Mas, em contrassenso às preocupações do magnata, o Payroll divulgado hoje pela manhã indicou que a economia ainda segue em ritmo forte. No mês de maio foram gerados 390 mil vagas de emprego nos Estados Unidos, número maior que o esperado pelo mercado, que era de 328 mil postos de trabalho. A reação do número por parte do mercado de juros foi a mais notável o qual a taxa das treasuries de 30 anos chegou a subir cerca de 7 basis points, precificando a taxa de juros longa americana a 3.15% e indicando que o Fed deve ter mais rigidez a fim de controlar a inflação.

Essa expectativa de um maior aperto monetário por parte do Fed, se concretizada, terá impacto nos ativos financeiros, que devem sofrer com um movimento de maiores taxas de juros, na percepção de riqueza da população, além de fortalecer a moeda norte-americana, principalmente frente às moedas de países emergentes.

Aqui no Brasil, o impacto em nossa moeda deve ser menor por conta da nossa alta taxa de juros e posição como exportador de commodities que vem sendo beneficiada com a alta demanda e gargalos de oferta, estes ainda sem sinais de resolução.

O futuro, como sabemos, é incerto, e se apesar dos dados que vêm sendo divulgados mostrarem que o mercado de trabalho nos EUA continua forte, são contrabalançadas por preocupações de grandes nomes de influência, como Elon Musk, comprovando que o cenário à frente não deve ser fácil.

Havendo a perpetuação de que seguiremos com uma elevada inflação, o combate a ela deve mudar esse cenário atual, portanto, fazendo com que a economia americana desacelere. Nesse caso, ativos financeiros devem sofrer, ao passo que ativos reais (como empresas produtoras de commodities) devem seguir performando melhor.


Nícolas Merola (CNPI)

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Conheça o responsável por esta edição:

Nícolas Merola

Ações e Fundos de Investimento

Formado em Engenharia Civil pela UVA (Universidade Veiga de Almeida - RJ) em 2017 e com MBA pelo IBEC/INPG em 2018. Nícolas começou a estudar sobre investimentos ainda no início de sua faculdade, quando se apaixonou pelo assunto. Depois de atuar por mais de três anos no mercado de renda variável, de forma autônoma, se juntou em 2019 ao time de especialistas da Inv.

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