BRF: Conheça esse titã dos alimentos
Por João Abdouni e Nicolas Mérola, CNPI
Olá, leitor!
Hoje, iremos apresentar a tese de investimentos de Brasil Foods (BRFS3).
Conheça um pouco mais sobre a BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo e que desde o mês de junho conta com um novo acionista majoritário. Entenda e descubra como essa ação pode se valorizar mais de 40%.
Breve histórico
A BR Foods é uma multinacional criada a partir da fusão de duas das principais empresas de alimentos do Brasil; a Perdigão (fundada em 1934) e a Sadia (fundada em 1944). Essa fusão ocorreu no ano de 2009, e durante o processo, a sede da empresa alocou-se em Itajaí - Santa Catarina.
Atualmente, 46% das receitas da BRF são oriundas de exportações, a empresa é uma das líderes globais do segmento de aves.
O principal mercado de exportação da BRF são os países da região do Oriente Médio, com 18% de participação nas receitas da companhia, seguido da Ásia com 14%.
Sobre a composição acionária, atualmente, o maior acionista é a Marfrig, com cerca de 32% das ações, já as ações em circulação somam 49,5%. Entre os meses de junho e julho de 2021, a Marfrig adquiriu 32% das ações da BRFS3.
A Marfrig Global Foods é liderada pelo empresário Marcos Molina, que é conhecido pelo perfil de “investidor agressivo”. O megainvestidor vem aumentando a sua participação no segmento de proteínas, o último movimento ocorreu através da aquisição de uma parte relevante na BRF.
Contexto operacional
A BRF, como todo o setor de proteína animal, tem se beneficiado do cenário favorável para exportação de seus produtos desde o início da Peste Suína na Ásia. O que agregou os valores dos produtos, elevando o patamar. Outro fator a se considerar é o aumento do dólar frente ao real.
Em contrapartida, o aumento no valor dos grãos, como o milho e soja, sendo alguns dos seus principais custos, pressionam as margens da companhia de forma negativa.
A geração de caixa dos últimos doze meses foi de 5,4 bilhões de reais, e a sua dívida líquida sobre geração de caixa atualmente é de 2,7 vezes, um nível razoável, mas que precisa ser monitorado pelo investidor.
Valor Justo
Estamos com um viés positivo para o ciclo de commodities e isso inclui o segmento de proteína animal.
É possível observar que o preço da carne vem subindo de forma acelerada mês após mês, e isso está beneficiando não só a BRF, mas as demais companhias do setor como um todo.
Nesse momento observamos as ações de BRF negociando a 6 vezes sua geração de caixa operacional, e a partir de sua geração de caixa avaliamos o potencial das ações da companhia.
Para atribuir um valor justo para a empresa utilizamos um modelo de fluxo de caixa e nele consideramos uma taxa de desconto de 11% e um crescimento de 5% ao ano, e com isso chegamos a um valor justo para a BRF de 30,5 bilhões de reais ou R$37,50 por ação, um potencial de valorização de mais de 40%.
Para o acionista
O setor de proteína animal pode proteger o investidor contra a inflação de alimentos, fenômeno que vem ocorrendo no mundo todo.
Temos um viés positivo para grandes exportadoras, como um ativo defensivo, a BRF é uma posição que pode compor bem a carteira do investidor em ações no Brasil.