Bolsa: bull ou bear market?
Por Ivan Sant’Anna e Marcelo Cerize
Hoje, na reunião virtual que nós, especialistas e articulistas da Inversa, temos todas as manhãs, pairou uma dúvida:
Afinal de contas, a B3 está no ciclo do touro, de alta, ou já começou o clico de baixa, do urso?
Por enquanto, ainda há argumentos para os dois lados. E quais são essas alegações?
Quem responde é meu colega Marcelo Cerize:
Temos argumentos para crer que, definitivamente, não estamos num bull market, o que por si só, não caracteriza automaticamente um bear market.
Por isso, a pergunta mais importante que o investidor deve fazer é: Como se posicionar em um mercado ainda sem tendência definida?
O meu lado urso me diz que o índice IBOVESPA se afastou das máximas constantes, que estamos nos aproximando de ano eleitoral, o crescimento do PIB tem vindo aquém das previsões mais pessimistas e se aproxima de 0%, e que ainda corremos riscos de um apagão elétrico, que vivemos um ambiente inflacionário e a trajetória de juros é ascendente.
Como se vê, são muitas as razões para justificar um mercado de baixa.
Já o meu outro lado, o de touro, argumenta que estamos saindo da pandemia, o pior da inflação já parece ter ficado para trás, somos um país exportador de commodities com tendência de alta.
Some a tudo isso o fato do preço/lucro (P/L) do IBOVESPA - que significa basicamente em quantos anos o lucro gerado pelas empresas da bolsa retornarão seu valor - se encontra em patamares abaixo de sua média histórica.
Resta agora saber se essa contração de múltiplos está antecipando um futuro ruim ou se, ao contrário, representa uma oportunidade para o investidor se posicionar para uma futura expansão de múltiplos em um ambiente de crescimento.
Como adivinhar o futuro é algo que nenhum investidor consciente faz, adaptar sua carteira com o desenrolar dos novos fatos é a melhor alternativa e não é por acaso que atualmente a Inversa recomenda em todas as suas séries de investimento muita cautela nesses movimentos, pois sabemos que o caixa não é infinito.