Nota do editor: Semana passada, Ivan Sant'Anna e Antonyo Giannini escreveram um relatório que falava justamente sobre uma forte geada que atingiu os cafezais paulistas e mineiros (leia clicando aqui). Hoje, Ivan analisa antecipadamente os impactos de uma muito provável geada ainda mais forte que se prenuncia no horizonte dos cafeicultores e afeta investidores.
A Sibéria é aqui
Por Ivan Sant'Anna
Segundo matéria publicada no portal G1 de hoje, “frio intenso chega ao Brasil na quarta; sensação térmica pode chegar a - 25ºC na Serra Gaúcha.”
O que interessa para este artigo é o café e, como todo mundo sabe, não há cafezais no Rio Grande do Sul. Só que a massa polar irá subindo em direção norte e atingirá o sudeste.
Eu poderia indicar a compra de contratos futuros de café na ICE em Nova York. Acontece que o mercado já está antecipando uma possível geada devastadora em São Paulo e no Sul de Minas.
Ontem, segunda-feira, 26 de julho, a cotação já subiu 9,95% para R$ 2,0708, o maior nível desde abril de 2011.
Portanto é melhor aguardar o que irá acontecer antes de tomar uma posição.
Na minha crônica Warm Up Pro intitulada Café com açúcar e suco de laranja, publicada há dois meses, escrevi:
“A safra de café deste ano poderá ser uma das piores das últimas décadas.”
E continuei mais adiante:
“No momento o café está cotado a US$ 1,5095 no mercado de Nova York.”
Pois bem, quem comprou nesse preço já fechou o dia de ontem ganhando US$ 21.318,75 por contrato.
Na quinta-feira da semana passada, voltei a indicar a compra. Aqueles que foram no meu pio, já puseram no bolso US$ 5.175,00, também por contrato.
Agora sugiro aguardar o desdobramento dos fatos antes de tomar uma posição.
Se vier uma geada negra, daquelas que destroem os pés de café e arruínam várias safras futuras, ainda há um espaço de subida muito grande pela frente.