Mercadores da Noite #270: O que você quer do mercado?

2 de abril de 2022
Todo mundo aplica o que pode. Desde mim, que sou o decano da turma, até o rapaz que começou outro dia, investe no mercado. Seguindo as mesmas regras e estratégias que recomendamos aos nossos assinantes.

Caro(a) leitor(a),

Pode-se afirmar, com pouca margem de erro, que quase todas as pessoas da classe média baixa para cima investem no mercado financeiro.

Estou falando de algumas centenas de reais numa caderneta de poupança até dezenas de milhões de dólares aplicados em renda fixa e variável.

Comecemos pelos pequenos saldos nas cadernetas. Conheço alguns indivíduos que aplicam na poupança como se fosse conta corrente. Ou seja, sacam a maioria do dinheiro antes que complete o aniversário.

Outro dia mesmo, um prestador de serviços que fez um trabalho de jardinagem aqui em casa pediu para que eu fizesse uma transferência para sua conta-poupança.

Suponho que a soma de todos esses recursos que nada rendem aos aplicadores seja um maná para o Sistema Financeiro da Habitação.

Peguemos outro tipo de investidor: aquele que tem renda garantida até o final da vida, chova ou faça sol.

Pode ser um juiz, um procurador da República, um oficial superior das Forças Armadas, um delegado da Polícia Federal, um inspetor da Receita, um ex-governador ou ex-prefeito de estados ou prefeituras que concedem (ou concederam) aposentadorias para quem já ocupou o cargo.

Adauto Bezerra e Gonzaga Mota, por exemplo, que governaram o estado do Ceará, recebem uma pensão vitalícia de R$ 35 mil reais.

Para vocês, Adauto e Mota, aconselho aplicar o que sobra no final do mês em calls ou puts (opções de compra ou de venda) bem fora do dinheiro (exercício improvável).

Nos próximos meses, ou mesmo nos próximos anos, em algum momento uma dessas calls ou puts vai dar uma enorme porrada, Que façam bom proveito. Pelo menos desta vez não foi o contribuinte que pagou.

Como esta crônica não está obedecendo a nenhuma espécie de ordem, vamos agora pegar o Carlinhos (nome fictício), de 21 anos, que acaba de conseguir seu primeiro emprego.

Profissão: operador júnior de empilhadeira (diploma obtido no SENAI).

Salário: R$ 2.800,00.

“Pô!, Carlinhos, você é solteiro, vive com os pais.” Pega trezentas pratas todos os meses, como se seu ordenado fosse de 2 mil e 500 reais, e compra em ações. Se não entende de nada de Bolsa, aplique em um fundo de ações ou multimercados confiável e vá pondo essa graninha lá todos os meses. Ajustando-a pela inflação, é claro, e pelos aumentos que você receberá se for bom profissional.

Daqui a 40 ou 45 anos, terá dinheiro suficiente para viver confortavelmente num sítio de montanha ou casa de praia.

Se chegar aos 95, ou até mesmo aos 100, faça o favor de morrer, porque nessa idade não há dinheiro, nem netos ou bisnetos, que façam a vida ter graça. É dor pra tudo quanto é lado, desde espinhela caída ao desconforto de chapas e parafusos presos ao fêmur, consequência de um escorregão no banheiro.

Agora você, doutora Simone, melhor, e mais careira, ordontodista da capital. O que é que a senhora faz com os quase 300 mil reais que ganha líquido mês sim, mês sim?

Como tem medo de avião, e por isso não viaja para fora, gasta tudo em artigos caros importados: bolsas Prada, batons Dior, sapatos Louboutin, joias da Tiffany’s etc.

Com todo o respeito, Simone, e com minhas desculpas pela informalidade, vê se maneira um pouco e invista um milhão por ano em algo que vai lhe garantir pelo menos parte do luxo ao qual está acostumada.

Pois em algum momento suas mãos começarão a tremer e terá de pendurar as pinças, agulhas, alicates e boticões.

Se você que está lendo esta crônica se enquadra numa das situações acima (e fiz apenas uma pequena amostragem), saiba que nós da Inv (que é o novo nome da Inversa) estamos aqui para isso.

Queremos indicar-lhes as melhores, mais líquidas, mais seguras e mais rentáveis aplicações para o dinheiro que sobra (ou que vai ter de sobrar a partir de hoje) de nossos leitores.

E não pensem que aqui é “casa de ferreiro, espeto de pau”.

Todo mundo aplica o que pode. Desde mim, que sou o decano da turma, até o rapaz que começou outro dia, investe no mercado. Seguindo as mesmas regras e estratégias que recomendamos aos nossos assinantes.

Um forte abraço e um ótimo fim de semana para todos.

Ivan Sant’Anna
 

Nota do Editor: Além de assinar a Mercadores da Noite, que sai aos sábados aqui e em Podcast nas plataformas Spotify e Deezer etc., o Ivan Sant'Anna também escreve todas as segundas, terças e quintas-feiras a coluna Warm Up PRO, que você pode conhecer clicando aqui!

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Ivan Sant'Anna

Trader e Escritor

Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Na newsletter “Mercadores da Noite” e na coluna “Warm Up PRO”, Ivan dá sugestões de investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.

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