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Youtube Spotify Apple Google DeezerNota do editor: nos próximos minutos, Felipe Paletta recapitula a história para mostrar como a agenda liberal deverá permanece.
Olá leitor(a)!
Segundo relatos históricos, o famoso dia de 7 de setembro de 1822, que marca a declaração de Independência do Brasil do império português, foi resultado de um “dia de fúria” do príncipe regente, Dom Pedro I.
Acometido por uma forte dor de barriga e pelas adversidades do trajeto de mais de 600 km que ligava Rio de Janeiro a São Paulo, a carta da corte não parece ter chegado em melhor momento para que empunhasse – mesmo que figurativamente – sua espada.
“Independência ou morte”.
Quase 200 anos depois, sob o comando de Jair Bolsonaro, o ‘mercado’ sofre com a chance de seu príncipe-regente, o Ministro da Economia Paulo Guedes, repousar sobre as margens da rua Quinze de Novembro, sede da antiga Bolsa de Valores de São Paulo – atual B3 – e entoar o grito de “Liberalismo ou morte!”.
Para quem está voltando da lua agora, Paulo Guedes é e sempre foi a cara, pelo menos do ponto de vista econômico, do governo Jair Bolsonaro.
Como o próprio gosta de dizer, Guedes é seu Posto Ipiranga para tudo relacionado aos assuntos econômicos.
Reforma da Previdência... Posto Ipiranga.
Reforma Tributária... Posto Ipiranga.
Reforma Administrativa... Posto Ipiranga.
O problema é que, tendo visto sua aprovação popular subir de 30% para 37% em um mês, segundo a pesquisa da XP/Ipespe, o presidente Jair Bolsonaro percebeu o impacto que as intervenções estatais – como forma de amenizar os impactos da pandemia – têm em sua aprovação popular e trouxe à tona os conflitos com a agenda liberal de Guedes.
Destoando do comportamento das Bolsas lá fora, o ‘mercado’ sofre com a chance de que Paulo Guedes saia do governo e espera ansioso pelo ‘dia do fico’.
E esse comportamento fica ainda mais claro quando contrastamos as quedas recentes do Ibovespa com a melhora dos indicadores econômicos e das surpresas positivas na temporada de resultados corporativos referentes ao segundo trimestre do ano.
O que todos querem saber é: estaria, Paulo Guedes, com uma dor de barriga?
Uma leitura diferente do consenso
Não acredito.
Uma leitura diferente do consenso
Há sempre muito ruído em tudo que reverbera de Brasília e minha leitura é de que, gozando de maior margem, pelo ganho de popularidade do presidente, o ministro se vale de sua personificação à frente da pasta da economia para reforçar na mídia a importância do presidente não ir por esse lado.
Essa postura, sem dúvidas, traz estresse no curto prazo e gera manchetes todos os dias, mas, a meu ver, torna a situação ainda mais controlada.
Guedes precisou encarnar essa figura de ‘advogado do diabo’ para reforçar seu projeto de diminuição do tamanho do Estado, como forma de sanear as contas públicas e abrir espaço para que o país volte a crescer estruturalmente e de forma saudável.
Tanto é que, desde que o assunto voltou a tomar espaço nos jornais, o governo conseguiu articular a aprovação do marco do saneamento, a manutenção dos vetos ao reajuste do funcionalismo, o choque da energia barata e uma série de outras medidas micro/setoriais que dinamizam a economia sem a necessidade de adotar subsídios, nos levando, novamente, a um quadro de descontrole das contras públicas.
Além disso, a saída de nomes fortes e técnicos do governo têm sido, até então, preenchidos por nomes igualmente técnicos, demonstrando que o ministro tem sido feliz em sua empreitada.
Veja, não sou analista político e sou fervorosamente contra qualquer exercício de futurologia, mas no mercado financeiro a forma como você interpreta os dados e fatos vale muito dinheiro.
Se essa leitura se clarificar com o passar do tempo, será tarde demais e o preço das ações e dos fundos imobiliários listados na Bolsa já negociarão em outro patamar.
O mercado não gosta de incerteza. Um fim terrível é sempre preferível a um terror sem fim, por isso, só nos resta aproveitar esses momentos para adicionar alguns bons ativos em nossa carteira, criando estômago para aguentar as arrebentações.
Seja cauteloso(a) e escolha com cuidado.
Se você gosta de fundos imobiliários, por exemplo, ou quer conhecer um pouco melhor sobre o assunto, aproveito a oportunidade para te convidar a assistir o bate-papo que tive com o gestor de FoFIIs da VBI Real Estate – até então exclusivo aos meus seguidores – mas que tomei a liberdade de disponibilizar para todos aqueles que querem entender o momento do mercado.
Um abraço e um ótimo feriado para você e toda a sua família!
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Felipe Paletta