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Um dia após o nosso feriado de Finados, hoje, 3 de novembro, tivemos uma reunião do FED, que elevou a taxa básica da economia americana para 3,75%. Isso fez com que os mercados sofressem lá fora. A Bolsa americana caiu quase 3%, impulsionada pelas ações das grandes empresas de tecnologia norte-americanas.
Bem, essas são ações que vêm sofrendo de forma significativa e por aqui, já falamos muito sobre este assunto, como na edição O Iminente Declínio da Apple.
Na verdade, na Apple, essa questão vem acontecendo de forma até suave, mas o que vemos ocorrendo na Meta-Facebook, na Microsoft, na Google e na Amazon, por exemplo, é um ímpeto mais forte.
Nos Estados Unidos, o que se vê agora, é que a tecnologia, antes a estrela da Bolsa, passou a ser uma espécie de fonte de recursos para que investidores comprem outros ativos. Na edição sobre a Apple, falamos sobre o dinheiro que seria direcionado para mercados emergentes de forma seletiva, como para o mercado brasileiro. E, de fato, isso vem ocorrendo!
Vemos um forte fluxo de capital estrangeiro para o Brasil e quando olhamos para a Bolsa brasileira em relação à Bolsa norte-americana, aquele argumento de que o Ibov iria atropelar o S&P vem se materializando.
Mas, o que há de novo nisso?
No gráfico a seguir, esse já compartilhado e demonstrado em outras edições, você pode observar a relação entre o patrimônio das famílias norte-americanas dividido pelo consumo dessas famílias. Acompanhe:
Essa é uma forma de olhar para o mercado de um ponto de vista mais macroeconômico, de forma “top down”, como o mercado gosta de se referir a esse tipo de análise.
No gráfico acima, o que vemos é que o patrimônio atingido pelas famílias norte-americanas chegou a 150 trilhões de dólares. Quando dividimos esse número pelo consumo, o resultado está por volta de 9,5 vezes.
A média histórica apontava um patamar abaixo de 8! Então, em que nível estamos agora?
Alguns estrategistas dizem que esse patamar, dessa relação, recue ainda mais. Sim, há espaço para a Bolsa americana cair ainda mais, mas será que o Brasil terá que sofrer na mesma proporção?
O que se vem observando é que o Brasil vem performando de forma positiva e esses estrategistas falam que o nosso país, o México e Taiwan vêm se comportando bem no mundo dos mercados emergentes, esse que vem sendo fortemente impactado por notícias negativas associadas à China.
Nos Estados Unidos, recentemente, tivemos um rally em meio a um bear market. Um rally que agora enfrenta grandes dificuldades, mas é possível que esse descolamento entre Brasil e Estados Unidos continue e persista, até mesmo se intensifique.
Comparando o Brasil com outros países emergentes, as nossas ações estão a preços atrativos, mesmo com as incertezas deste novo governo. Aqui, é importante frisar que, historicamente, o mercado concede o benefício da dúvida para novos governos. O mercado fez isso quando Dilma Rousseff apontou o Joaquim Levy como ministro da Economia durante o seu governo, por exemplo.
Talvez, agora, o mercado também dará essa chance, concedendo o benefício da dúvida a este novo governo.
Aguardo você na próxima edição!
Um grande abraço,
Marink Martins.