Do Mercado #74: Sem eleição, o mercado estaria pior

21 de outubro de 2022
Entramos em contagem regressiva e faltando exatos 10 dias para sabermos quem irá assumir o país pelos próximos quatro anos, agora, adotar posições contrárias para o segundo turno das eleições, pode ser o seu maior risco!
 

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Acompanhando os movimentos dos mercados, observamos a Bolsa chegar ao nível de 118 mil pontos, convertendo para nossa moeda, o dólar aos R$5,20 e a maior ação da Bolsa brasileira, a Petrobras, operando ao preço de R$35,00. Bem, é evidente que  o mercado está fazendo uma aposta muito grande nas eleições, um evento que, de certa maneira, tem desviado o olhar do mercado para os milhares de adventos globais e até mesmo para as comparáveis macros dentro do cenário interno. 

Mas, independentemente do resultado do dia 30 de outubro, a deterioração do quadro fiscal chegou para ambos os candidatos…

Hoje, vemos a high nas treasuries como os níveis vistos em 2008, porém, naquela época, o nosso endividamento estava em 10 trilhões de reais, mas em 2022 esse número já alcança 30 trilhões de reais. 

Ao mesmo tempo, vemos a Bolsa chinesa se aproximando da low e as expectativas de volatilidade cada vez mais extremas em todos os tipos de classe de ativos. No entanto, aqui no Brasil, os mercados financeiros têm operado separadamente do resto do mundo, apenas por um único e exclusivo motivo: a eleição. 

E, a narrativa é que talvez aconteça uma virada, mas se o momento não fosse o período eleitoral e estivéssemos sob o mesmo governo de três meses atrás, a Bolsa brasileira estaria em níveis muito mais baixos. E essa é uma importante reflexão, pois o mercado está, praticamente, pagando um prêmio para correr um risco incerto. 

E além… As pessoas parecem não enxergar que, passadas as eleições, teremos que voltar a olhar o nosso fiscal, as nossas commodities, a aversão ao risco mundial, os problemas que os países desenvolvidos estão assumindo, afinal, todas essas questões vão refletir em nossos preços.

Muitas pessoas pausaram suas movimentações de mercado externo para focar apenas nas eleições, mas cenários facilmente construíveis têm muito para perder! 

Os ativos subiram bastante comparado com o exterior e determinadas pessoas continuam apostando nesse ‘trade’, convictos de que os resultados das eleições serão 100% positivos, mas essa postura também faz diferença no preço. Manter-se cravado em uma aposta como esta, diante dos atuais níveis da Bolsa, com o índice S&P próximo à mínima e com as taxas de juros americanas nas altas, é um alto risco a assumir!

Pensar em ir para o segundo turno sem posição, com a certeza de que já no dia 31 de outubro as novas oportunidades chegarão, é uma excelente segurança. 

O nível emocional de muitos investidores já está alto e serão feitas decisões mal tomadas, assim, manter-se tranquilo para quando esse momento chegar, deve ser a sua principal posição!

O mercado já andou muito, inclusive a Petrobras se distanciou de seus pares e se movimentou bastante e já opera muito acima do antes visto. O prêmio já foi! Por isso, neste momento, correr risco local direcional para o segundo turno, não vale a pena! 
 

Espero você na próxima edição!

Um grande abraço,
Rodrigo Natali. 

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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