Do Mercado #66: Dólar em máxima histórica, IBOV bate 110 mil pontos e as ações de Petrobras...

24 de agosto de 2022
A deterioração no mercado exterior ainda continua e, eventualmente, todos esses movimentos irão refletir em nossa economia. Bem, isso não significa pessimismo em relação ao Brasil, mas a orientação para diminuir as posições, visa e zela o curto prazo, um período em que possíveis correções possam estar próximas!
 

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Desde a última semana, aqui no Brasil, vimos as ações da Petrobras caírem 9% diante de suas máximas e, sob um movimento de praticamente dois dias, o dólar chegou próximo dos R$5,23 e o IBOV chegando a 110 mil pontos. 

Bem, essas correções também aconteceram nos Estados Unidos, onde, durante as últimas semanas, a Bolsa sofreu quedas de 3% e assim continuou! Na segunda-feira (22), mais 2,20% somaram nessa baixa. Nos EUA, a volatilidade voltou para 24% e as treasuries subiram taxas, agora, o que se vê são as taxas dos títulos de 10 anos operando acima de 3%.

E, ao analisarmos a dinâmica no dólar, novamente, a moeda está fechando em suas máximas históricas, colocando até mesmo o euro abaixo da paridade!

O mercado lá fora se deteriorou, mas, aqui no Brasil, esses movimentos se deram de forma diferente e vimos o pré subindo de forma expressiva e o câmbio mantendo-se relativamente tranquilo, em torno dos R$5,20. 

Diante de todas essas oscilações e significativas movimentações, a dúvida é: já é hora de recomprar o que caiu, aumentar os investimentos em uma posição otimista ou esse seria mais um sinal de cautela?

Esse mercado, principalmente o cambial, tem se beneficiado do constante fluxo de entrada de capital. No mês de agosto, por exemplo, foi possível constatar o patamar de 15 bilhões de reais em entrada, mas é certo que, em algum momento, esse ritmo precisará diminuir. Esse modelo de entrada, normalmente quando o mercado externo começa a piorar, tende a cessar de forma rápida e inesperada, pois esse é um investimento sob um ativo que não resultou.

A deterioração no exterior ainda continua e, eventualmente, todos esses movimentos irão refletir em nossa economia. Bem, isso não significa pessimismo em relação ao Brasil no período de médio a longo prazo, mas a orientação em relação a diminuir as posições, visa e zela o curto prazo, um período em que possíveis correções possam estar próximas. Na realidade, essas ratificações já se iniciaram e o índice é um forte exemplo, mais do que a renda fixa.  Já nos Estados Unidos, a renda fixa, variável e as commodities são os atuais setores onde essas correções estão acontecendo fortemente, o que fez o preço do petróleo chegar aos 86 dólares durante a mínima de seis meses.

Mas, ao analisar ativo por ativo, alguns setores apresentam fraquezas e, de forma geral, essa correção começou, assim como o risco-retorno.

Embora o mercado tenha seguido uma direção de piora, agora, o melhor a se fazer é segurar as posições, afinal, ainda há muito o que acontecer, principalmente após esta semana, quando na sexta-feira (26) acontecerá o Jackson Hole, um evento muito importante que reunirá grande líderes e economistas globais e uma sinalização mais forte dos bancos centrais em relação à força com a qual eles devem alavancar o combate inflacionário é aguardada e possa alterar o humor dos mercados!
 

Aguardo você na próxima edição!
 

Um grande abraço,
Rodrigo Natali.

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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