Do Mercado #28: Sinais de mudanças!

1 de dezembro de 2021
Nesta nova edição, comento o contraste entre as deteriorações e as posições mais estáveis em relação ao mercado nacional.

 

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Desde que comecei a defender a tese de que seria bom começar a aplicar em ativos nacionais, principalmente na bolsa brasileira, é notável, por coincidência e até por sorte, que o mercado vem mudando.

Apesar das notícias ruins e do choque da sexta-feira passada durante a black friday, a semana anterior foi um bom exemplo de que o mercado vem apresentando melhorasNotícias essas, sobre uma nova variante do Coronavírus (a Ômicron) e sobre um fundo de movimento que não deveria ter acontecido.

O dia de ações de graças (thanksgiving), que aconteceu na quinta-feira passada, dia 25, é o maior feriado dos Estados Unidos, sendo até mais importante do que o feriado de Natal. 

E a sexta-feira do dia 26, o pós-feriado, foi considerado um dia de “ressaca”. 

Um dia de emenda, o qual muitas pessoas não foram trabalhar, bem como a maior parte dos traders. O mercado abriu brevemente pela manhã e logo fechou. 

Em dias de "ressaca", a liquidez é mínima.

Entretanto, tradicionalmente o pós-feriado é um dia em que o mercado sobe.

Nos últimos 70 anos, apenas em cinco dias o mercado se deteriorou no pós-feriado, mas nunca em um nível como aconteceu na sexta-feira, 26. 

Mesmo assim, o mercado brasileiro que estava aberto, resultando em um ótimo desempenho na quinta-feira, com subidas em todas as suas expansões: bolsa melhor, dólar caindo e juros subindo, mas, piorou na sexta-feira.

Toda essa movimentação foi um exemplo muito claro de que as coisas aqui não estão tão ruins quanto parecem estar.

Principalmente ao observar as reações do mercado e dos preços. 

Um exemplo, o dólar para o nosso mercado piorou durante a sexta-feira.

E ao observar as moedas de mercados emergentes e como o real operou contra elas (Turquia, Índia, Rússia, África do Sul), o real se deteriorou muito menos comparado ao restante, operou com a volatilidade muito baixa e chegou no fundo até se apreciar contra a maioria delas. 

Inclusive, contra a maioria das moedas do G-10 que se deterioraram em mais de 1.5%, 2% no dia, enquanto o real se deteriorou apenas em 0.80%.

Ao mesmo tempo, as taxas do mercado de juros, mesmo na sexta-feira (26), caíram de forma bem agressiva. A curva de previsão de juros futuro caiu 0.25%.

A curva de juros, hoje em dia, está horizontal, parada na ponta entre 11,5% e 11,75%.

Isso mostra não haver nenhum desespero com o fiscal.

Normalmente, tem-se uma preocupação muito grande com a sua capacidade de financiamento futura. Quanto mais longa for a curva, perde-se mais juros. 

Mas, não é isso o que estamos vendo.

Apesar de toda a deterioração da renda variável no mundo, isso é, incluindo as bolsas, as ações, as commodities, na renda fixa - que é o câmbio mais o juros - o comportamento é de um mercado muito mais resiliente. 

Assim, retorno com a tese que utilizei para prever que o mercado aqui dentro iria piorar: a renda fixa agindo antes da renda variável

O mercado de renda fixa, desde o começo de novembro, vem operando melhor.

Um dos símbolos dessa melhora é o euro-real, que estava à R$6,60 e no começo do mês de novembro e caiu para R$6,20, mostrando que a moeda brasileira vem operado melhor que as outras moedas, os nossos pares, e não contra o dólar, porque ele sim, está se deteriorando contra o resto.

Isso também se aplica em nossa dinâmica de juros que está melhor. 

Demora, mas chega o momento em que isso alcança a bolsa. 

A forma de demonstrar tudo isso é que, mesmo com toda a deterioração, o mercado brasileiro chegou próximos aos 100 mil pontos na bolsa e depois ela se estabiliza. 

Quando isso estourar para cima, o humor do mercado irá melhorar.

Acredito que o mercado mudou e já há sinais dessas mudanças. 

Não é apenas uma estimativa e os sinais são claros para aqueles que sabem enxergá-los.

Isso nos torna confiantes em reiterar que está na hora de se manter comprado em ativos brasileiros.



Um abraço, 

Rodrigo Natali. 

Conheça o responsável por esta edição:

Rodrigo Natali

Estrategista-Chefe

Rodrigo Natali tem graduação e MBA pela FGV. É especialista em câmbio e macroeconomia, tem 25 anos de experiência no mercado financeiro, tendo passado por diversas instituições nacionais e internacionais onde exerceu a profissão de trader e gestor de fundos de investimento multimercado.

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