4 BCs falam, mercados obedecem

8 de setembro de 2022
Além dos pronunciamentos regulares, os diversos bancos centrais estão sempre se pronunciando. Pois bem, em épocas normais, esses comunicados são meio burocráticos e pouca gente presta atenção. Agora estamos em tempos de exceção. Saiba mais com Ivan Sant’Anna neste Relatório Especial.

Além dos pronunciamentos regulares, tais como as atas do COPOM (Comitê de Política Monetária) brasileiro e do FOMC (Federal Open Market Committee) americano, os diversos bancos centrais estão sempre se pronunciando.

A Christine Lagarde (do BCE – Banco Central Europeu), nem se fala, pois ela fala (com minhas desculpas pela redundância) quase todos os dias.

Pois bem, em épocas normais, com inflação controlada, juros baixos e níveis saudáveis de emprego, como o mundo andou vivendo nos tempos que precederam imediatamente o surto da Covid-19, esses comunicados são meio burocráticos e pouca gente presta atenção.

O FED publica mensalmente o Livro Bege (Beige Book), seu chairman dá depoimentos no Senado e faz palestras em universidades. Essa rotina também acontece com o presidente do Banco Central Brasileiro.

Eu mesmo já fiz parte do grupo de entrevistadores do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, quando o presidente Armínio Fraga lá se apresentou.

Agora estamos em tempos de exceção: estágio final de uma pandemia, com consequências nefastas em todo o mundo; guerra na Europa; e, principalmente, inflação mundial, por sinal a primeira vez que isso acontece desde os dois Choques do Petróleo, nos anos 1970 e início da década de 1980.

O mercado simplesmente emudece para ouvir, como foi o caso recentemente, um discurso de menos de dez minutos do chairman do FED, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole.

Aqui no Brasil, esta semana, Roberto Campos Neto, presidente do BC, fez um pronunciamento extremamente pessimista, a respeito de inflação e taxa de juros, que fez com que o Ibovespa caísse 2,17%.

A exceção fica por conta do presidente do BoJ (Bank of Japan), que anda mudo feito uma estátua, apesar do iene estar nas mínimas desde 1990. Ou talvez ele esteja interessado nessa queda para que os produtos japoneses voltem a ter preços competitivos no mercado internacional.

Um forte abraço,

Ivan Sant’Anna.

Nota do editor: No dia 12 de setembro, a equipe da Inv, mais o Pedro Cerize e o Mario Sabino te esperam para um encontro muito especial: nosso primeiro grande evento presencial desde a pandemia. As vagas são limitadas, então, clique aqui para saber mais sobre o Inv Talks.

 

Conheça o responsável por esta edição:

Ivan Sant'Anna

Trader e Escritor

Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Na newsletter “Mercadores da Noite” e na coluna “Warm Up PRO”, Ivan dá sugestões de investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.

A Inv é uma Casa de Análise regulada pela CVM e credenciada pela APIMEC. Produzimos e publicamos conteúdo direcionado à análise de valores mobiliários, finanças e economia.
 
Adotamos regras, diretrizes e procedimentos estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários em sua Resolução nº 20/2021 e Políticas Internas implantadas para assegurar a qualidade do que entregamos.
 
Nossos analistas realizam suas atividades com independência, comprometidos com a busca por informações idôneas e fidedignas, e cada relatório reflete exclusivamente a opinião pessoal do signatário.
 
O conteúdo produzido pela Inv não oferece garantia de resultado futuro ou isenção de risco.
 
O material que produzimos é protegido pela Lei de Direitos Autorais para uso exclusivo de seu destinatário. Vedada sua reprodução ou distribuição, no todo ou em parte, sem prévia e expressa autorização da Inversa.
 
Analista de Valores Mobiliários responsável (Resolução CVM n.º 20/2021): Nícolas Merola - CNPI Nº: EM-2240