FIAgro, o Fundo imobiliário do agronegócio
Por Nícolas Mérola (@NicolasMerola)
Se você é investidor de fundos imobiliários, provavelmente esse novo produto, o FIAgro, vai chamar a sua atenção.
Isso porque eles compartilham de algumas semelhanças, o que, em minha opinião, é uma ótima notícia.
Mas afinal, o que é o FIAgro?
Assim como citado (artigo primeiro da lei 14130/2021), ele é um fundo de investimento na cadeia produtiva agroindustrial. Ou seja, um fundo que se especializa em investir e fomentar o segmento.
Através desse instrumento, investidores podem terceirizar a administração de seu capital a um gestor profissional que poderá, de acordo com o regulamento do fundo, investir nos diferentes pontos da cadeia do agronegócio.
E isso não significa apenas compra e venda de terras, mas também na exploração dela, o investimento em participações em empresas do segmento e até a aquisição de títulos de dívida, os CRAs.
Vantagens e Tributação
As vantagens de se investir em um FIAgro são bem parecidas com a de se investir em um fundo imobiliário, já que a classe segue regras muito similares só que em mercados diferentes.
A principal, em minha opinião, é dar acesso ao pequeno investidor a um ativo que requer muito capital para se começar, democratizando assim o agronegócio. As cotas dos fundos listados poderão ser adquiridas na bolsa de valores, acredito eu, com um valor mínimo baixo.
Além disso, segundo as regras atuais, o investidor pessoa física que cumpre os pré-requisitos tem isenção na da cobrança de imposto de renda na distribuição de dividendos.
As regras para a isenção atualmente são as mesmas que a dos FIIs, o fundo precisa ser listado, ter pelo menos 50 investidores e você não pode ter mais de 10% das cotas do fundo.
FII vs FIAgro
Antes da proposta do FIAgro o próprio mercado de fundos imobiliários havia começado a criar iniciativas especializadas neste nicho, os FIIs do agronegócio.
Porém, um FII do agronegócio não pode comprar, por exemplo, títulos de dívida do agronegócio, os CRAs. Portanto, eles se restringem a fundos que adquirem imóveis físicos relacionados ao tema.
Já os FIAgro poderão explorar, como o próprio nome diz, toda a cadeia produtiva.
Isso faz com que o segmento se desenvolva mais profundamente e rapidamente, dando acesso ao pequeno produtor acesso ao crédito já escasso pela iniciativa pública e, em grande parte, negado pelos grandes bancos.
Isso já aconteceu e vem acontecendo no mercado imobiliário tradicional. Fundos como o TGAR11 e o HCTR11, que vem crescendo rapidamente, são especializados em desenvolvem e financiam projetos em zonas menos acreditada pelo mercado, fora do eixo Rio-São Paulo.
Como investir?
Atualmente temos aproximadamente cinco FIAgros em processo de emissão de cotas em andamento.
Apesar de não me aprofundar neles neste artigo, faço uma ressalva para que tenha cuidado redobrado com as gestores e gestores que se propõem em lançar fundos nesta modalidade.
Em minha opinião, por serem instrumentos novos e de alta complexidade, teremos poucos nomes, pelo menos nesses primeiros anos, de excelência.
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