Contra fatos não há argumentos

22 de novembro de 2021
Quem poderia esperar que, em pleno século 21, o obscurantismo tomasse conta da Europa, o continente da Peste Negra que, entre 1346 e 1352, matou mais de 100 milhões de pessoas?

Contra fatos não há argumentos

Por Ivan Sant'Anna

 

Meados do ano passado – o Brasil ocupava o desonroso segundo lugar no ranking de mortos por coronavírus e um dos piores em número de óbitos por habitante.

Com o governo demorando a aceitar ofertas da vacina, distribuindo remédios inúteis, e até mesmo prejudiciais, à população, tudo indicava que seríamos um dos últimos países a vencer a pandemia.

Felizmente, não é isso que está acontecendo.

No início deste mês, pela primeira vez desde o primeiro óbito ocorrido em março de 2020, o estado de São Paulo não registrou mortes por Covid em 24 horas.

Mais de 70% da população paulista já apresenta um esquema vacinal completo, incluindo nessa conta a dose de reforço dos grupos que a ela têm direito.

Neste último fim de semana, a cidade do Rio de Janeiro teve o primeiro dia sem nenhuma morte causada pelo vírus. Mais auspicioso ainda é o fato de que não há mais nenhum leito de hospital público da capital fluminense ocupado por paciente de Covid.

Por mais incrível que isso possa parecer, o mesmo não acontece em diversos países altamente desenvolvidos do continente europeu.

Na Holanda, Bélgica e Dinamarca, manifestantes entraram em confronto com a polícia, protestando contra medidas restritivas à população, tais como a obrigatoriedade de apresentação do atestado de vacina para entrar em bares, restaurantes e outros ambientes fechados.

Nesses três países, foi necessário o uso de canhões d'água para debelar a revolta.

Enquanto isso, a Áustria cogita implantar lockdown em todo o país, para pôr fim ao forte incremento da pandemia.

O doutor Hans Kluge, diretor da Organização Mundial de Saúde, declarou que meio milhão de mortes poderão ocorrer no continente europeu até a próxima primavera, se medidas preventivas, como vacinação e uso obrigatório de máscaras, não forem aceleradas imediatamente. 

Quem poderia esperar que, em pleno século 21, o obscurantismo tomasse conta da Europa, o continente da Peste Negra que, entre 1346 e 1352, matou mais de 100 milhões de pessoas?

Contra fatos, não há argumentos. Após um início trágico, o Brasil soube lidar com a pandemia. Grande parte do mérito se deu graças ao comportamento da população.

Era o mínimo podia se esperar no país de Oswaldo Cruz.
 

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Ivan Sant'Anna

Trader e Escritor

Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Na newsletter “Mercadores da Noite” e na coluna “Warm Up PRO”, Ivan dá sugestões de investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.

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