Pai Rico Pai Pobre Daily #1 - ‘Mantenha-os POBRES’ (o discurso que ‘quebrou a internet’)

18 de setembro de 2020
Robert Kiyosaki, autor do best-seller 'Pai Rico, Pai Pobre', chega ao time de especialistas da Inversa no Brasil. Leia aqui a primeira edição da e-letter Pai Rico Pai Pobre Daily

Nota da Publisher: com muita alegria, anuncio a chegada de Robert Kiyosaki, o Pai Rico Pai Pobre, ao time de especialistas da Inversa. A partir de agora, vamos dividir com você o brilhantismo de um dos maiores gurus financeiros da atualidade. Fique abaixo com um texto do Robert.

Caro Leitor,

Meu pai pobre foi o que a sociedade considera um aluno nota A: foi orador e presidente da turma. Ele amava a escola. Ele concluiu um curso de quatro anos na Universidade do Havaí em apenas dois anos. Ele também estudou na Universidade Stanford, na Universidade de Chicago e na Universidade Northwestern.

Meu pai rico sequer terminou a oitava série. Seu pai morreu e ele teve que assumir o negócio da família. Embora sua educação formal fosse limitada, ele acabou se tornando um dos homens mais ricos do Havaí.

Meu pai rico e meu pai pobre eram opostos. Ambos homens bons, mas nunca se viram pessoalmente.

Olhando para trás, vejo que o tempo que passei com meu pai rico me colocou em uma posição privilegiada na vida, especialmente no que se refere a dinheiro. Entre os 9 e 18 anos, até quando me mudei para Nova York para estudar, passei entre um e dois dias por semana na escola e dois sábados por mês trabalhando de graça para o meu pai rico.

Meu pai rico nunca pagou a mim ou a seu filho com dinheiro; ele nos pagava nos treinando para nos tornarmos capitalistas. Ele não nos pagava porque não queria nos treinar para sermos empregados que trabalhassem por dinheiro. Ele estava nos treinando para sermos empregadores — empreendedores, capitalistas fazendo o dinheiro de outras pessoas e o talento de outras pessoas trabalharem para eles.

Meu pai rico não me pagava porque ele não queria que eu pensasse como um empregado. Ele acreditava que o resto do mundo iria me ensinar a pensar dessa forma. Em outras palavras, ele estava me treinando para pensar de uma forma diferente com relação a dinheiro, algo que não tem preço. Ele não dizia a seu filho e a mim o que fazer. Ele nos dava escolhas.

Em vez de me dizer “procure um emprego”, meu pai rico me incentivava a pensar como um empreendedor. Ele dizia: “procure oportunidades”.

Com esse conselho, fiz muitas coisas para ganhar dinheiro. Aos sábados, por exemplo, eu acordava às cinco da manhã para surfar com meus amigos, já que o surf geralmente é melhor pela manhã. Depois ia para o escritório do meu pai rico e trabalhava para ele por algumas horas. Para ganhar dinheiro, ia ao campo de golfe à tarde e trabalhava como “caddie”, carregando as bolsas de golfe dos jogadores por 9 buracos por US$ 1. Era apenas um campo de nove buracos, então eu podia ganhar US$ 2 carregando duas bolsas. Eu podia ganhar mais no sábado à tarde do que a mesada que meus pais me davam. Além disso, assim entrei em forma para a temporada de futebol.

Ao procurar oportunidades, em vez de um emprego, meu pai rico estava me treinando para olhar o mundo como empreendedor, não como empregado. Meu pai rico dizia: “Você nunca vai querer um salário”. Obviamente, as ideias do meu pai rico sobre “trabalhar para aprender, não para ganhar” irritavam meu pai pobre, que era mais socialista do que capitalista.
 

A Escola Não Te Ensina Sobre Dinheiro

Quando eu era jovem, perguntava aos meus professores: “Ganhar dinheiro não é o motivo para se conseguir um emprego? Se o dinheiro é o objetivo de se conseguir um emprego, por que não ir direto ao ponto e apenas nos ensinar sobre dinheiro?” Minha pergunta nunca foi respondida.

O fato de o dinheiro não ser ensinado nas escolas deixa muitas pessoas, especialmente na economia atual, em dificuldades financeiras.

A triste realidade é que, para muitos jovens nos Estados Unidos, suas primeiras despesas são aluguel, alimentação, transporte e entretenimento. Se eles não têm dinheiro, algumas mães e pais lhes dão o dinheiro que precisam. Isso pouco contribui para aumentar sua inteligência financeira.

Muitos se casam e iniciam uma família entre os 20 e 30 anos. E quando o primeiro filho chega, as despesas crescem. Como muitos pais sabem, os filhos ficam “mais caros” com o passar da idade. Quando os filhos chegam, muitos pais são forçados a crescer.

Ao completar 30 anos, a maioria dos casais jovens ficam presos na chamada roda dos hamsters, correndo sem conseguir sair do lugar. A vida se torna uma disputa para ganhar dinheiro suficiente para cobrir despesas crescentes, com a maioria das pessoas dependendo do contracheque para sobreviver.

Eu sabia desde a tenra idade que não queria terminar preso no mesmo ciclo de vida dos meus pais. Por isso, aprendi tudo o que pude sobre dinheiro com o meu pai rico.
 

O Banco Imobiliário Me Ensinou O Jogo Do Dinheiro

Quando eu tinha 19 anos, meu pai rico comprou um “hotel vermelho” na praia de Waikiki, no Havaí. Em dez anos, suas “pequenas casas verdes” se tornaram um enorme “hotel vermelho”.

Na época, eu não percebi o quão profundamente o jogo Banco Imobiliário e a educação que o meu pai rico me deu mudariam a direção da minha vida. O meu pai rico estava usando o jogo para me treinar a pensar como um capitalista.

Eu aprendi mais, reti mais conhecimento e quis aprender mais com a experiência que ganhei jogando Banco Imobiliário quando criança e aplicando o que estava aprendendo à experiência de arrecadar aluguel para o meu pai rico. Essas lições estão arraigadas no meu cérebro. Embora tenha um diploma de bacharel em ciências de uma grande universidade, não lembro de muito do que aprendi nos quatro anos que passei lá.

Por exemplo, lembro de ter estudado cálculo por três anos, mas não consegui resolver um problema de matemática usando cálculo hoje. Como diz o ditado, “use ou perca”. Eu precisaria saber sobre cálculo se fosse um cientista de foguetes, mas não preciso desse conhecimento para ser rico. A matemática no nível elementar — adição, subtração, multiplicação e divisão — basta.
 

Os Mantenha Pobres

A diferença entre aqueles que acham que este é o melhor dos tempos e aqueles que acham que é o pior dos tempos é simplesmente conhecimento e QI financeiro. O grande fracasso de nosso sistema educacional é que ele não ensina as pessoas sobre como o dinheiro realmente funciona e o que ensina é antiquado e obsoleto — as velhas regras do dinheiro. As escolas até ensinam como manter uma conta equilibrada no banco, mas não ensinam como fazer um balanço patrimonial — ou mesmo interpretar um.

Ensinam você a economizar seu dinheiro, mas não ensinam sobre inflação e como isso dilapida seu patrimônio. Ensinam como preencher um cheque, mas não ensinam a diferença entre ativos e passivos. Fica a questão no ar se o sistema foi projetado intencionalmente para manter as pessoas pobres.

Se uma pessoa não tem educação financeira, ela não consegue processar informações. Ela não sabe a diferença entre um ativo ou um passivo, ganhos de capital ou fluxo de caixa, investimento fundamental ou investimento técnico, por que os ricos pagam menos impostos ou por que a dívida torna algumas pessoas ricas e a maioria das pessoas pobres. Ela não conhece a diferença entre um bom investimento e um investimento ruim ou entre um bom conselho e um conselho ruim. Tudo o que ela sabe é que deve estudar, trabalhar duro, pagar impostos, deve viver dentro das suas posses, comprar uma casa, se livrar das dívidas e morrer pobre.

Como a Bíblia diz: “Meu povo perece por falta de conhecimento”. Hoje, milhões estão perecendo porque tudo o que foram treinados para fazer se resume em enviar seu dinheiro para os ricos e para o governo. Isso não é ter educação financeira.

Abraço,

Robert Kiyosaki
Original de 14 de julho de 2020

Conheça o responsável por esta edição:

Robert Kiyosaki

Robert é autor de Pai Rico, Pai Pobre - livro nº1 de finanças pessoais de todos os tempos -, uma obra que desafiou e mudou a forma como dezenas de milhões de pessoas pensam sobre dinheiro. Empreendedor, educador e investidor, Robert é conhecido no mundo todo pela irreverência e forma franca de falar, colocando seus seguidores sempre um passo à frente da opinião popular.

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