Investigador Financeiro #84 - Como investir R$ 40 mil hoje?

13 de novembro de 2019
Depois de formar a sua reserva de emergência, destine parte do que sobrar à busca de ganhos mais rápidos dos investimentos em ações.

 

Olá.

Antes de entrar na pergunta de hoje, quero contar a história de duas amigas que atualmente estão desempregadas.

Como você sabe, a situação ainda é ruim no Brasil: de acordo com o IBGE, são 12,5 milhões de pessoas sem trabalhar.

Então, se você está empregado, agradeça! E saiba que, agora, é hora de se preparar para os tempos difíceis. Lembre-se de que Noé construiu a arca antes do dilúvio, não durante...

A grande diferença entre as duas, a Ana e a Maria (nomes alterados para não constranger ninguém), foi exatamente essa preparação.

A Ana é profissional liberal e nunca sabia exatamente quando iria receber no mês. Tentava sempre poupar e controlava gastos, mas acabava gastando as suas reservas. Basicamente, vende o almoço para pagar a janta...

Já Maria tinha um trabalho em escritório e conseguia poupar um pouco todo mês. Fez sua reserva de emergência e, depois, começou a investir.

O curioso é que a crise atingiu as duas mais ou menos na mesma época, há uns três meses. Os clientes da Ana pararam de requisitar seus serviços e o seu mercado minguou. Com isso, seu fluxo de dinheiro também secou. Resultado: contas atrasadas, dívidas aumentando e estresse.

Maria foi demitida do escritório, mas havia construído uma reserva de emergência para seis meses. Com esse dinheiro, e mais a grana da rescisão, está pronta para suportar muito tempo antes de começar a corroer seus investimentos.

Chutando por baixo, se tudo der muito errado, ela pode ficar mais de um ano sem trabalhar. A situação não é confortável, mas pelo menos não é calamitosa como a de Ana.

A lição é clara: nos momentos bons, é hora de se preparar para os ruins. Nos ruins, ter paciência e lutar pelo retorno dos bons.  

“Tenho pouco dinheiro na poupança, R$ 40.000,00. Sou um perfil que poderia investir em algo melhor?” - Regina

Obrigado pela pergunta, Regina. Primeiramente, eu não acho que R$ 40 mil seja pouca grana. Já dá para começar a investir bem com esse valor. Na verdade, dá para começar com muito menos...

O primeiro ponto, como revelo na história acima, é você se proteger criando a sua reserva de emergência.

Então, faz assim: pega papel e caneta e levante quanto são suas despesas totais por mês. Conseguiu chegar a um número? Multiplique por pelo menos três.

Assim, terá três meses de despesas guardadas para enfrentar imprevistos. Os nossos especialistas aqui da Inversa sugerem entre três e seis meses. Eu, particularmente, por ser muito conservador, tenho oito meses e guardo no fundo BTG Pactual Digital Tesouro Selic FI RF.

Então, Regina, o que sobrar você pode investir em ativos que dão maior retorno. Como não sei exatamente quanto seria a sua reserva, vou dar um chute aqui...

Digamos que seus custos mensais sejam de R$ 5 mil. Ou seja, você quer guardar quatro meses de reserva, ou R$ 20 mil. Isso ainda libera R$ 20 mil para investir.

Uma distribuição bem conservadora do seu dinheiro seria deixar 30% em renda variável (ações da Bolsa) e 70% em renda fixa (Tesouro Direto, CDBs, LCA, LCI).

Ou seja, você teria R$ 6 mil para entrar na Bolsa, buscando ganhos mais altos. Uma forma conservadora de fazer isso seria por meio de ETFs, como o BOVA11, um fundo de índice que você compra como uma ação e que segue o Ibovespa, índice que mede o desempenho das 68 ações mais importantes do mercado.

No momento em que escrevo, o BOVA11 está custando R$ 104 por cota. Os R$ 6 mil dariam para comprar quase 60 cotas. 

Só para te dar uma ideia, esse ETF já subiu quase 20% este ano. Se tivesse colocado seus R$ 6 mil no começo de 2019, eles já teriam se transformado em R$ 7.200.  

Se você quiser correr atrás de ganhos ainda maiores, pode investir em ações diretamente. As ações podem ser, inclusive, mais baratas que esse ETF e podem dar maiores retornos.  

Muita gente não sabe por onde começar, mas a mecânica de investir é bem simples: abrir conta on-line em uma corretora, fazer uma TED para ela e comprar os ativos, de forma totalmente digital. É como comprar num site, mas, ao invés de produtos, você está adquirindo ativos financeiros.

O complicado mesmo é selecionar as melhores ações, fundos, títulos do Tesouro Direto, etc. Mas para isso, pode sempre contar com nossa ajuda aqui da Inversa.

Se você tiver dúvidas sobre investimentos, é só enviar aqui neste link. Espero responder em breve.

Um abraço,

André Zara

Conheça o responsável por esta edição:

Andre Zara

Especialista em Investimentos para Leigos

André Zara é autor da newsletter “Investigador Financeiro” e sócio da Inversa. Participa das publicações Investidor Completo e Crypto Evolution e, em sua carreira, já colaborou com publicações da Folha de São Paulo, d’O Estado de São Paulo, da editora Abril e do Sebrae-SP. É investidor, empreendedor, entusiasta do mercado de criptomoedas e de projetos de disseminação da cultura de investimentos no Brasil.

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