Investigador Financeiro #81 - Renda Fixa dando prejuízo. Está pronto?

23 de outubro de 2019
A cada nova queda da Selic, saiba que você está ficando sem opções nos investimentos mais conservadores. É hora de focar em ganhar para não perder (faz sentido?).

 

Olá.

Você que nos acompanha sabe que a taxa básica de juros, a Selic, está caindo rapidamente.

O Boletim Focus, onde pessoas influentes do mercado dão seus palpites, aponta para uma taxa de 4,5% até o final do ano. E já tem gente chutando 4% ao ano, em 2020...

Como investidor, confesso que fico bastante apreensivo com a velocidade da queda dos juros. Do dia para a noite, viramos o Japão para oferecer taxas tão baixas?

No entanto, não importa o que eu acho, mas a realidade que se apresenta. O que uma taxa tão baixa quer dizer para você, especialmente se for um investidor muito conservador (um “poupanceiro” convicto)?

Quer dizer que você está com sérios problemas, pois isso pode significar ganhos negativos para você, ou seja, abaixo da inflação.

Como já mostrei em newsletters anteriores, isso já aconteceu em alguns anos, mas, agora, pode se tornar rotina. Já imaginou perder dinheiro todo mês, pelos próximos anos, gerando patrimônio negativo acumulado?

Se você não gostou do tom dessa frase, leia abaixo como ganhar dinheiro nesse novo Brasil.

“Olá, tenho uma aplicação no Tesouro Direto - Selic 2021. É interessante resgatar? Se sim, aplicar em que o valor resgatado? Não tenho necessidade imediata do dinheiro.” – Luiz Carlos

Obrigado pela pergunta, Luiz. Ela vai nos ajudar a falar sobre o momento das taxas de juros baixas.

Para te mostrar claramente, vamos simular um cenário futuro possível, em 2020, para você entender como é ter ganhos tão pequenos que perdem para a inflação.

Vamos comparar olhando a previsão para inflação (IPCA) de 3,6% e Selic a 4%. Como ficariam os retornos de investimentos conservadores, como Tesouro Selic, Fundo de investimentos DI e a Poupança?

Observe na tabela abaixo uma simulação com R$ 1.000 em um período de um ano.   

Fonte: Equipe Inversa

Como você pode ver acima, nenhuma delas bateu a inflação. Nós rodamos simulações aqui e nem com um imposto menor, de 15%, no caso de dois anos de aplicação, esses ativos ganhariam do IPCA.

Então, o que fazer?

Agora que acabou a mamata dos juros altos, somos obrigados (talvez seja essa a palavra correta) a partir para aplicações de maior risco. Afinal, é melhor ter a chance de ganhar mais ou a certeza de estar perdendo?

A resposta mais óbvia é migrar para a Bolsa de Valores, comprando ações de boas empresas pagadoras de dividendos ou que tenham a possibilidade de crescimento acelerado, como as Small Caps.

Mas você, Luiz, tem uma grande vantagem: não tem necessidade imediata do dinheiro. E isso é excelente, pois isso vai garantir melhores resultados na Bolsa. Quem não tem pressa, geralmente é recompensado na renda variável.

Como diria Warren Buffet, o melhor investidor de todos os tempos: “O mercado de ações é uma ferramenta de transferência de dinheiro dos impacientes para os pacientes”.

É lógico que você pode investir em Bolsa de várias maneiras, como expliquei na minha última newsletter. Se você está interessado em começar ou melhorar seus resultados, sugiro que dê uma lida.

Fica então meu alerta: a cada nova queda da Selic, saiba que você está ficando sem opções nos investimentos mais conservadores. É hora de focar em ganhar para não perder (faz sentido?). Os juros baixos estão te obrigando a fazer isso.

Se você tem uma dúvida sobre investimento, envie para mim neste link. Espero responder em breve.

Um abraço,

André Zara

Conheça o responsável por esta edição:

Andre Zara

Especialista em Investimentos para Leigos

André Zara é autor da newsletter “Investigador Financeiro” e sócio da Inversa. Participa das publicações Investidor Completo e Crypto Evolution e, em sua carreira, já colaborou com publicações da Folha de São Paulo, d’O Estado de São Paulo, da editora Abril e do Sebrae-SP. É investidor, empreendedor, entusiasta do mercado de criptomoedas e de projetos de disseminação da cultura de investimentos no Brasil.

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