Investigador Financeiro #47 - A urgência está apenas em você

16 de fevereiro de 2019
Mais dicas sobre o Tesouro Direto

Olá.   

Na semana passada eu me deparei com um dilema de investidores mais experientes.   

Quando você já tem uma carteira formada, com as alocações balanceadas, e sobra uma grana, é comum ficar pensando: o que faço agora?   

Compro um CDB? Uma LCI? Qual título do Tesouro está com boa taxa? Ou compro mais Bolsa?  

Bate um desespero de ter que fazer alguma coisa. Como se tivesse deixando dinheiro na mesa, em um senso de urgência que desespera.  

No entanto, investir é um exercício de paciência. A urgência está apenas dentro de você – o mercado sempre estará lá. Em minha ânsia de me forçar a investir, poderia ter feito uma escolha ruim e me arrependido.   

Na dúvida, comprei Tesouro Selic. Simples assim. Fiz a coisa mais “bunda na parede”, mas me deu tempo para refletir, com calma, sobre os próximos passos da minha carteira.  

Na verdade, esse investimento entra para o meu “caixa”, um dinheiro que fica guardado e uso quando aparece uma boa oportunidade.   

E o caixa ainda tem outro aspecto positivo, pouco conhecido: serve como seguro.

Em uma carteira completa, é sempre bom ter seguros. Pode ser dólar, ouro, opções, etc. Mas ter caixa, ou seja, dinheiro em uma aplicação segura e líquida, também conta. E eu reservo 5% do meu dinheiro para o portfólio de seguros. Afinal, nunca se sabe o dia de amanhã.   

E mais uma coisa: obrigado a todos pelo retorno sobre a última newsletter do Tesouro Direto. Muitas pessoas me enviaram dúvidas e ficaram curiosas sobre a marcação a mercado, que permite especular e ter ganhos mais altos com os títulos. Fique tranquilo, pois estou preparando um material sobre isso.   

Mas antes quero explicar mais alguns conceitos básicos, como os da pergunta abaixo, do Eduardo.

“Qual o valor mínimo para começar a investir no Tesouro Direto e qual o tempo mínimo que tenho que deixar o dinheiro aplicado?” – Eduardo O.   

Eduardo, obrigado pela pergunta. Vou responder as suas duas questões diretamente.   

Qual é o valor mínimo para investir nos títulos? Veja abaixo, na coluna “valor mínimo”, as aplicações. 

Como você pode ver, os valores mínimos ficam entre R$ 30 e R$ 99. Mas, como já falei em outra newsletter, não vale a pena pagar cerca de R$18 para fazer uma TED do seu banco para a sua corretora para investir R$ 30 – os rendimentos não compensariam. Mas não se preocupe, pois já escrevi sobre como começar com pouco dinheiro.      

E qual o tempo mínimo que você precisa deixar aplicado?   

Você pode vender os seus títulos a qualquer momento, recebendo o seu dinheiro de volta um dia após a sua ordem de venda (D+1). Ou seja, os títulos são líquidos.   

Mas preciso fazer algumas considerações. Se você investir e sacar seu investimento em menos de 30 dias terá uma taxação extra de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Depois desse período, você só pagará o Imposto de Renda, entre 22,5% e 15%, sobre os rendimentos.   

Também preciso comentar a questão da precificação do mercado. Como você pode ver no quadro acima, todos os títulos têm um vencimento. Se você investe e fica até o vencimento, recebe a taxa que combinou.   

Tirando o Tesouro Selic, se você vender qualquer um dos outros títulos, antes desse prazo combinado, poderá ter mais ganhos ou perdas (por causa da tal da marcação a mercado).   

Ou seja, se você quer investir, mas acha que pode precisar do dinheiro em pouco tempo, o melhor é o Tesouro Selic. Se você não vai precisar do dinheiro, os outros títulos são uma boa opção. Tudo dependerá da sua estratégia de investimentos.   

Por isso, nessa questão de tempo da aplicação, leve sempre em conta a liquidez do título e a tributação.   

E continue mandando suas perguntas para mim, sobre qualquer tema de investimentos, neste link.   

Um abraço,   

André Zara.

Conheça o responsável por esta edição:

Andre Zara

Especialista em Investimentos para Leigos

André Zara é autor da newsletter “Investigador Financeiro” e sócio da Inversa. Participa das publicações Investidor Completo e Crypto Evolution e, em sua carreira, já colaborou com publicações da Folha de São Paulo, d’O Estado de São Paulo, da editora Abril e do Sebrae-SP. É investidor, empreendedor, entusiasta do mercado de criptomoedas e de projetos de disseminação da cultura de investimentos no Brasil.

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