Investigador Financeiro #46 - Como investir no Tesouro Direto

9 de fevereiro de 2019
Os títulos do Tesouro são uma excelente forma para iniciar sua reserva de emergência e a carteira de Renda Fixa. Leia as dicas para você investir com total segurança.

Olá.

Você já investe no Tesouro Direto? Tem dúvidas?

Eu respondi à pergunta de um leitor abaixo e acho que pode ajudar você também, principalmente se está começando e não sabe como escolher o melhor título.

Os títulos do Tesouro são uma excelente forma para iniciar sua reserva de emergência e a carteira de Renda Fixa. Por isso, leia a seguir algumas dicas para você investir com mais segurança.


“Sou investidor no tesouro direto, queria saber qual a diferença entre tesouro Selic e prefixado, e qual o melhor para se investir. Estou começando agora tenho muitas dúvidas.” - Edson

Edson, muito obrigado pela pergunta. E parabéns por ter dado os primeiros passos e começado a investir. Você está no caminho certo!

O Tesouro Direto é uma das melhores formas de iniciar, pois é acessível (dá para começar com pouco dinheiro) e permite diferentes tipos de estratégias de investimento. Por isso, a sua dúvida é muito importante.

Existem três tipos de títulos do Tesouro disponíveis para você:

Indexados ao IPCA: esse título é atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um indicador do IBGE que mede a inflação. Ou seja, quando você investir nele, receberá uma taxa acordada de rendimento, por ano, mais a correção da inflação.

Excelente escolha para garantir um ganho real protegido dos aumentos de preços ao longo do tempo.

Prefixados: como o próprio nome diz, você irá travar um rendimento anual e ficará com ele até o vencimento do título. Investir nesse título exige estratégia, pois você pode ter rendimento baixo se a taxa Selic subir e você estiver com seus retornos travados.

Deixa eu dar um exemplo que aconteceu comigo: em 2015, a taxa Selic estava em 14%. Mas ela estava caindo, então comprei um título Prefixado que garantia essa taxa até 2023. Hoje, a Selic está em 6,5%. Então, eu garanti um ótimo retorno. Mas se a Selic tivesse subido para 20%, eu estaria ganhando um rendimento abaixo da taxa básica e, hoje, estaria bem chateado.

Indexados à Selic: é o título mais líquido – ou seja, pode ser comprado e vendido com facilidade – e descomplicado. Ele simplesmente segue a taxa básica de juros, que é a Selic.

Veja aqui os títulos e mínimo para investir.

Lembre-se que você investe nos títulos do Tesouro por meio de corretoras independentes ou a do seu banco.

Outra coisa importante para entender é a liquidez. Como você verá na página do Tesouro, cada título tem um vencimento, mas você pode vender antes do prazo. Lembre-se que, neste caso, o título será impactado por quanto o mercado está disposto a pagar por ele naquele momento. Isso quer dizer que os preços dos títulos podem variar antes da data do vencimento, causando prejuízos ou lucros.

Quem já é mais experiente pode fazer gestão ativa por causa da marcação a mercado, o que permite especular com os títulos e ter retornos grandes, tipo 20%, 30% ou 40% com um título. Mas vamos com calma! O importante é começar a investir e esse assunto fica para outra newsletter...

Se você nunca investiu, o Tesouro Selic é o mais indicado, pois é líquido e serve para a sua reserva de emergência. Quando você precisar vender, irá pagar os impostos dependendo de quanto tempo ficar com ele, sendo a tributação máxima de 22,5% e a mínima de 15%, dentro de um período de dois anos. E receberá o seu dinheiro de volta direto na conta da corretora em um dia útil posterior à ordem de venda.

Esse foi um resumo rápido, e pretendo aprofundar mais nas próximas semanas. A questão é saber exatamente como investir nos títulos certos para a sua estratégia de investimento. Para me ajudar a escrever de forma mais focada, peço a sua ajuda. Mande suas dúvidas para mim no investigador@inversapub.com.

Um abraço,

André Zara

Conheça o responsável por esta edição:

Andre Zara

Especialista em Investimentos para Leigos

André Zara é autor da newsletter “Investigador Financeiro” e sócio da Inversa. Participa das publicações Investidor Completo e Crypto Evolution e, em sua carreira, já colaborou com publicações da Folha de São Paulo, d’O Estado de São Paulo, da editora Abril e do Sebrae-SP. É investidor, empreendedor, entusiasta do mercado de criptomoedas e de projetos de disseminação da cultura de investimentos no Brasil.

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