Olá,
Eu não gosto de verdades absolutas. Na verdade, me considero uma pessoa extremamente pragmática.
Por isso, sempre utilizo a frase: “Não importa se o gato é preto ou branco, desde que cace os ratos”.
Quem cunhou essa máxima foi Deng Xioping, o homem que teve um papel central na China após a morte de Mao Tsé-Tung, em 1976.
Após os desastres da Revolução Cultural e do Grande Salto Adiante impostos por Mao, Deng (um personagem absolutamente contraditório, pois era filho de um rico fazendeiro e virou comunista) analisou os resultados na economia do seu país e não gostou do que viu.
E, pragmaticamente, ao tomar o poder na China, colocou em prática a sua máxima. Basicamente, estava dizendo aos companheiros: vamos esquecer este papo de revolução e vamos enriquecer e modernizar o país.
Fico imaginando Deng, um líder comunista histórico, explicando isso para uma sala cheia de velhos marxistas ortodoxos, em plena Guerra Fria.
Mas ele tinha um plano e uma visão...
Em 1979, foi o primeiro líder chinês a visitar os Estados Unidos para buscar investimentos. Deu show: abraçou o presidente Jimmy Carter, beijou as criancinhas americanas e até colocou chapéu de cowboy em um rodeio, no estado do Texas.
O resultado é que, décadas depois, a China se modernizou e se tornou uma potência econômica mundial, capaz de rivalizar com os Estados Unidos.
Antes de você me enviar um e-mail me acusando de defender ou fazer apologia ao regime comunista, a uma ditadura, etc., etc., etc... Calma! Não estou fazendo aqui um juízo de valor, só estou relatando um fato histórico.
Muitos achavam que era impossível e inconciliável combinar os dois sistemas (capitalista e comunista), mas, de fato, isso aconteceu na China.
Mas por que estou contando isso?
Desde que comecei a trabalhar com investimentos, escuto sobre a “rixa” entre os analistas fundamentalistas e técnicos (ou grafistas, como também são conhecidos).
Os dois tipos de análise seriam como água e óleo...
Enquanto os técnicos estudam a evolução dos gráficos, buscando os melhores momentos para entrar e sair das operações, os fundamentalistas olham a economia e os balanços financeiros da empresa, fazendo cálculos para saber se a ação está cara ou barata.
Misturar os dois conceitos, então, nem pensar: esse é um dos grandes tabus entre os analistas de mercado!
Mas aqui na Inversa não temos tabus. Acreditamos que mais importante do que ser ortodoxo é fazer os assinantes ganharem dinheiro.
Em seu livro sobre investimento “Faça fortuna com ações antes que seja tarde”, o investidor e jornalista Décio Bazin diz: “Enquanto os práticos ganham dinheiro, os teóricos se realizam fazendo adeptos”.
Lembro-me, por exemplo, de um videochat que participei com o Pedro Cerize, para os assinantes da sua série A Carta.
Um dos leitores perguntou como ele escolhia os ativos para o seu lucrativo fundo de investimentos. A resposta foi rápida e certeira: “Escolho na fundamentalista, compro na técnica”. Por isso, é perfeitamente possível aproveitar o melhor dos dois mundos. Por que, como disse Deng, em outra máxima famosa, “enriquecer é glorioso”.
Escreva para mim contando a sua opinião ou com perguntas sobre investimento no investigador@inversapub.com.
Um abraço,
André Zara